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Venezuela emite ordem de mobilização aérea em resposta à forte presença militar dos EUA no Caribe

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A Venezuela anunciou patrulhamento de suas águas territoriais com drones e navios da Marinha em resposta à movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe. O governo venezuelano, liderado pelo ditador Nicolás Maduro, considerou a ação americana uma “escalada de ações hostis”. Washington, por sua vez, afirma que a operação é parte de uma ofensiva contra o narcotráfico internacional, sem mencionar a possibilidade de invadir a Venezuela.

A frota americana, composta por três destróieres lança-mísseis, dois navios e 4 mil fuzileiros navais, chega ao Caribe em um momento de alta tensão. A movimentação coincide com o aumento da recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões e a designação do Cartel de los Soles, que os EUA acusam ser liderado por Maduro, como uma organização terrorista.

Diante do cenário, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, informou que o país fará um “importante desdobramento de drones com diferentes missões” e “percursos fluviais com infantaria da Marinha”. Maduro também abriu o alistamento da Milícia Bolivariana, um grupo civil vinculado às Forças Armadas, afirmando que a Venezuela tem cerca de 4,5 milhões de reservistas para enfrentar qualquer ameaça.

Analistas, no entanto, consideram uma invasão direta a Caracas improvável. Phil Gunson, do Crisis Group, explicou à AFP que a movimentação americana parece ser uma tentativa de “criar ansiedade” no governo venezuelano e forçar uma negociação. Em um comunicado à ONU, a Venezuela exigiu o “cessar imediato do deslocamento militar americano” e pediu o apoio do secretário-geral António Guterres.

A tensão entre os países persiste mesmo com contatos recentes. Embora a administração Trump tenha adotado uma política de “máxima pressão” contra Maduro em seu primeiro mandato, com sanções e embargo ao petróleo, o governo americano iniciou conversas com Caracas para a deportação de venezuelanos e autorizou a renovação de uma licença especial para a petroleira Chevron.

Venezuela liberta colombianos detidos e mobiliza tropas na fronteira

Em uma aparente tentativa de amenizar as tensões regionais, a Venezuela libertou quatro ex-guerrilheiros das FARC e um oficial colombiano que estavam detidos desde 14 de agosto. Os cinco colombianos haviam sido presos na fronteira com a Venezuela, e a Colômbia exigiu a libertação através de canais diplomáticos.

A libertação ocorre em meio a uma reaproximação entre os países, apesar da controvérsia em torno da reeleição de Nicolás Maduro, que não foi reconhecida por Bogotá. Na última segunda-feira, a Venezuela anunciou o envio de 15 mil soldados para a fronteira com a Colômbia para operações antidrogas conjuntas. No mesmo dia, o presidente colombiano, Gustavo Petro, defendeu Maduro, afirmando que o Cartel de los Soles “não existe” e é apenas uma desculpa para derrubar governos que não se alinham com os Estados Unidos.

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