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Ucrânia sob chuva de drones e mísseis: rússia ataca gás ucraniano no momento da partida de Zelensky para encontro crucial com Trump

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A Rússia intensificou sua campanha contra a infraestrutura energética ucraniana nesta quinta-feira com um ataque maciço que envolveu centenas de drones e dezenas de mísseis, atingindo instalações vitais de gás no leste da Ucrânia. A ofensiva ocorreu no momento em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, se dirigia a Washington para um encontro crucial com o ex-presidente Donald Trump para debater a possível entrega de mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk pelos Estados Unidos.

Impacto devastador na infraestrutura:

O novo e “larga escala” bombardeio, que também utilizou bombas planadoras, provocou cortes de energia de emergência em pelo menos oito regiões, retomando a tática de Moscou de atacar a rede energética ucraniana a cada inverno desde a invasão em 2022. Zelenskyy confirmou no X que “A Rússia lançou mais de 300 drones de ataque e 37 mísseis, um número significativo deles balísticos, contra a Ucrânia”, ressaltando que os ataques atingiram as regiões de Chernihiv, Kharkiv, Poltava, Sumy e Vinnytsia.

Um dos alvos mais impactantes foi a usina de processamento de gás de Shebelinka, na região de Kharkiv. Funcionários relataram que o ataque, ocorrido pouco depois das 5h30, causou pelo menos dois incêndios e gerou enormes colunas de fumaça preta. O presidente-executivo da Naftogaz, Sergii Koretskyi, lamentou os “impactos e destruição em várias regiões ao mesmo tempo”, indicando que a operação de “diversas instalações de importância crítica foi interrompida”. A maior fornecedora privada de energia, DTEK, também teve uma unidade de produção de gás fechada nas regiões de Kharkiv e Poltava, os principais alvos do dia.

A Força Aérea ucraniana informou que a investida russa incluiu 320 drones e 37 mísseis, dos quais 283 drones e cinco mísseis foram abatidos.

A justificativa russa e o cenário pré-encontro:

O Ministério da Defesa russo alegou ter atingido instalações militares ucranianas com mísseis Kinzhal como uma “resposta” a recentes ataques à infraestrutura russa, uma aparente alusão a refinarias.

Os novos ataques sublinham a deterioração da capacidade energética de Kiev, com relatos de mídia indicando que cerca de 60% da produção de gás ucraniana já havia sido interrompida em ataques recentes. O cenário de guerra se complexifica ainda mais após o exército ucraniano relatar, pela primeira vez em meses, a presença de tropas norte-coreanas baseadas na Rússia operando drones em missões de reconhecimento na fronteira.

Foco na reunião de Washington:

Apesar da escalada no campo de batalha, a prioridade diplomática de Zelenskyy é o encontro com Donald Trump, previsto para a sexta-feira. O relacionamento entre os dois líderes, que se havia acirrado após um desentendimento televisionado em fevereiro, melhorou desde então, com Trump adotando uma postura mais crítica a Vladimir Putin e expressando crescente simpatia pela Ucrânia.

O principal ponto da agenda é a obtenção de mísseis Tomahawk. Altos funcionários ucranianos já realizaram reuniões em Washington com representantes de fabricantes de armas dos EUA, como a Raytheon, produtora dos Tomahawks. Fontes indicam que Zelenskyy também conversará diretamente com os fabricantes para “discutir quando as entregas para Kiev poderão começar”, mas que é necessário “um sinal político” de Trump.

A potencial entrega do míssil de longo alcance é altamente sensível: a Rússia já alertou que o envio dos Tomahawks – que colocariam Moscou e outras grandes cidades russas ao alcance – “romperia seus laços com Washington e causaria uma escalada ainda maior”. Uma fonte, no entanto, garantiu que o arsenal considerado por Trump seria “suficiente para Putin senti-lo”, embora tenha se recusado a especificar a quantidade.

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