Turquia atinge marca crítica de 53 mil terremotos registrados em todo país em 2025
A Turquia encerra o ano de 2025 com estatísticas alarmantes sobre sua atividade geológica, totalizando 53.262 terremotos registrados. Segundo o professor Bülent Özmen, da Universidade Gazi, este é o segundo ano com maior movimentação sísmica desde os grandes abalos de 2023. Os números revelam um país em constante estado de tremor, com uma média impressionante de 146 eventos diários. De acordo com o especialista, o território turco enfrenta, estatisticamente, um terremoto de magnitude 4,0 todos os dias e um tremor acima de 6,0 a cada 73 dias.
O fenômeno sem precedentes em Sındırgı
Embora várias províncias tenham apresentado alta atividade, o distrito de Sındırgı, em Balıkesir, destacou-se por um comportamento sísmico considerado inédito por especialistas. Após dois terremotos de magnitude 6,1 ocorridos no segundo semestre, a região registrou quase 21 mil tremores em um intervalo de apenas quatro meses e meio. Essa sequência intensa colocou Balıkesir no topo da lista das províncias mais afetadas, seguida por Kütahya, Muğla, Malatya e Kahramanmaraş. Outro ponto de atenção foi o abalo de 6,2 na costa de Silivri, em abril, que reacendeu o alerta sobre a vulnerabilidade da região metropolitana de Istambul.
Vítimas e a falha na preparação popular
O balanço anual aponta que os terremotos de 2025 causaram três mortes e deixaram 594 feridos na Turquia. Um dado relevante destacado por Özmen é que todos os ferimentos foram provocados pelo pânico e não pelo desabamento de edifícios. Esse cenário indica que, embora as estruturas tenham resistido melhor, a população ainda carece de preparo psicológico e treinamento adequado para reagir a situações de emergência. O especialista defende que programas de conscientização devem ser expandidos e ministrados por profissionais qualificados para reduzir acidentes causados pela desorientação durante os tremores.
Urgência na transformação urbana e planejamento
Para além do comportamento humano, o professor alerta que a infraestrutura do país ainda é motivo de preocupação devido ao envelhecimento de grande parte das construções. Mesmo abalos moderados podem resultar em danos severos em áreas onde o parque imobiliário está fragilizado. Atualmente, falhas geológicas ativas atravessam 24 províncias turcas, o que exige um planejamento urbano mais rigoroso. Özmen sustenta que o desenvolvimento nessas zonas deve ser restrito e que os projetos de transformação urbana precisam ser acelerados, levando em conta riscos combinados como a liquefação do solo e deslizamentos de terra.
