Trump vai participar de cúpula ‘secreta’ com comandantes dos EUA de todas as partes do mundo
O presidente Donald Trump anunciará a generais e almirantes das Forças Armadas dos EUA que eles são “líderes estimados” que devem ser “fortes e resistentes” durante uma cúpula de alto nível em Quantico, Virgínia.
Centenas de comandantes seniores (de uma estrela ou mais) e seus conselheiros de todo o mundo foram convocados de última hora para a base do Corpo de Fuzileiros Navais pelo Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth.
Em entrevista à Reuters, Trump declarou: “Quero dizer aos generais que os amamos; eles são líderes estimados; que devem ser fortes, durões, inteligentes e compassivos.” Ele acrescentou que este era um movimento oportuno para fortalecer o “espírito de corpo” militar.
Participação do presidente e contexto político
A presença de Trump na reunião, que foi inicialmente convocada por Hegseth para discutir a adesão a um “ethos guerreiro” em todas as forças armadas, pode ofuscar o Secretário de Guerra e potencialmente politizar o evento.
Apesar de inicialmente não parecer ciente da cúpula, Trump confirmou sua participação, dizendo à NBC News que o foco seria em quão “bem estamos indo militarmente” e em “muitas coisas boas e positivas”.
A participação do presidente levanta preocupações de que o evento se torne politizado perante um público militar tradicionalmente apartidário. Em junho, Trump já havia feito comentários de cunho eleitoral para militares uniformizados em Fort Bragg, Carolina do Norte, criticando o seu antecessor, Joe Biden.
Aumento da mobilização doméstica e ações militares no exterior
A reunião ocorre em meio à expansão do uso das forças armadas por Trump em cidades dos EUA, com o argumento de combater o crime onde, segundo ele, líderes democratas falharam em garantir a segurança pública.
A Guarda Nacional continua patrulhando o Distrito de Columbia, e uma mobilização menor é esperada em Memphis, Tennessee. No sábado, Trump autorizou o envio de tropas para Portland, Oregon, contra “terroristas domésticos”.Apesar de objeções locais e estaduais, a Guarda Nacional e fuzileiros navais foram enviados anteriormente para Los Angeles em resposta a protestos contra batidas de imigração, desencadeando processos judiciais sobre a legalidade do envio de tropas sem o pedido do governador.
O encontro em Quantico reunirá cerca de 800 generais e almirantes responsáveis por milhares de militares em mais de uma dúzia de países.
Desde que assumiu o cargo, Trump ordenou:
- Ataques aéreos contra navios que partiam da Venezuela, com relatos de que os EUA estariam considerando ataques dentro do país sul-americano.
- Ataques a instalações nucleares do Irã e do Iêmen.
- Continuação do apoio a Israel em sua guerra contra os palestinos na Faixa de Gaza.
O Secretário de Guerra Hegseth, ex-apresentador da Fox News, já havia renomeado o Departamento de Defesa para Departamento de Guerra e exigido que jornalistas do Pentágono se comprometessem a não publicar informações não autorizadas.


