Trump ordena retomada de testes com armas nucleares pelos EUA em resposta à Rússia e China; decisão não ocorria há décadas
O presidente Donald Trump anunciou, através de uma publicação em sua rede social Truth Social na noite de quarta-feira, a ordem para o início imediato dos testes de armas nucleares pelos Estados Unidos. Essa decisão marca a primeira vez em mais de 30 anos que o país retoma testes, interrompidos voluntariamente em 1992.
Trump justificou a medida como uma resposta direta aos programas de armamento nuclear de outras potências, especialmente a Rússia e a China: O presidente citou que, embora os EUA possuam atualmente o maior arsenal nuclear do mundo (graças à modernização e renovação durante seu primeiro mandato), a Rússia (segundo maior) e a China (terceiro) poderiam “empatar” o poderio americano em cinco anos.
Ele instruiu o Departamento de Defesa (referido como “Departamento de Guerra”) a iniciar os testes “em igualdade de condições” com os programas de testes de outros países. Trump expressou ter “DETESTADO fazer isso”, mas alegou que “não teve escolha” diante da situação.
O anúncio ocorreu enquanto o presidente estava na Coreia do Sul para participar da cúpula de CEOs da APEC e se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping. Embora o processo deva começar imediatamente, Trump não forneceu detalhes imediatos sobre a data e o local exatos dos testes.
O fator russo: testes recentes de armas estratégicas
A ordem de Trump veio apenas um dia após uma série de demonstrações de força nuclear pela Rússia, que é uma preocupação de longa data dos EUA e seus aliados:
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o teste bem-sucedido do torpedo Poseidon, um drone submarino movido a energia nuclear, capaz de carregar ogivas. Putin declarou que o poder do Poseidon “supera em muito” o míssil intercontinental Sarmat e que “não existe nada igual no mundo”. O presidente do Comitê de Defesa da Duma Russa, Andrei Kartapolov, afirmou que a arma é poderosa o suficiente para “incapacitar estados inteiros” e não possui “antídoto nem contramedidas conhecidas” Míssil Burevestnik (Skyfall): A Rússia também testou recentemente o míssil Burevestnik, de propulsão nuclear e alcance supostamente ilimitado (o Kremlin alegou um percurso de 14.000 km, sem verificação independente).
: O porta-voz Dmitry Peskov defendeu que a Rússia busca “garantir sua própria segurança” e que o monitoramento de armas reflete sua determinação diante da crescente “pressão” e do “sentimento militarista” vindo da Europa.
Antecedentes históricos
O programa de testes nucleares dos EUA começou com o Teste Trinity em 16 de julho de 1945, no Novo México, que confirmou a funcionalidade do design de implosão da bomba atômica “Fat Man”.
As ordens de Trump indicam uma escalada nas tensões geopolíticas e podem sinalizar uma nova corrida armamentista e um uso futuro do poder militar americano em âmbito global.


