Trump ordena ações agressivas da CIA que podem levar à queda de Nicolás Maduro
Apesar de ter aliviado tensões em várias regiões do mundo durante seu mandato (implícito nos nove meses), o ex-presidente Donald Trump parece determinado a iniciar um novo conflito mais perto de casa, de acordo com o jornal The Washington Post.
Trump declarou um “conflito armado” contra grupos de narcotráfico que ele designou como terroristas internacionais, mobilizando dezenas de navios, aviões de guerra e milhares de tropas americanas para o Mar do Caribe.
Em uma escalada significativa, ataques aéreos dos EUA explodiram pelo menos sete embarcações suspeitas de transportar drogas da Venezuela, resultando na morte de dezenas de supostos traficantes.
Além das ações navais e aéreas, Trump assinou uma autorização para operações secretas da CIA na Venezuela e acusou o presidente Nicolás Maduro de ser um líder ilegítimo à frente de um cartel de narcóticos. Trump justificou as ações, citando as drogas e a migração de “criminosos” e pessoas de “instituições mentais” da Venezuela para os EUA sob a política de “fronteiras abertas” do governo Biden. Questionado se autorizou a “eliminação” de Maduro, Trump respondeu que a Venezuela estava “sentindo a pressão”.
A porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, confirmou que os ataques “decisivos” visam narcoterroristas e que o presidente usará “todo o poder americano para impedir que as drogas inundem nosso país”.
Fontes familiarizadas com as deliberações internas do governo indicaram que, embora qualquer ataque terrestre inicial provavelmente fosse focado em acampamentos de traficantes ou pistas de pouso clandestinas, e não em uma tentativa direta de depor Maduro, Trump deixou claras suas intenções de ir além dos ataques a barcos, afirmando: “vamos detê-los por terra” na Venezuela.
Analistas e especialistas temem que as ações, que alguns veem como guerra psicológica para desestabilizar o regime de Maduro, possam se expandir para uma intervenção militar em grande escala.
“Realmente não há como voltar atrás, a menos que Maduro essencialmente não esteja no poder”, disse uma fonte anônima. Outra pessoa observou que, se houver autoridade para eliminar traficantes de cartéis no mar, pode-se eliminar o chefe do cartel.
Especialistas ressaltam, no entanto, que a maior parte das drogas ilícitas que chegam aos EUA, incluindo quase todo o fentanil, é traficada da costa do Pacífico ou pelo México, sendo a Venezuela um canal primário para a cocaína produzida por grupos guerrilheiros colombianos.
Em meio ao aumento das tensões, o Almirante Alvin Holsey renunciou ao cargo de chefe do Comando Sul dos EUA, em um movimento que críticos e observadores, como Tom Shannon, ex-Subsecretário de Assuntos Políticos, atribuíram ao desconforto com as operações no Caribe, levantando preocupações sobre a legalidade das ações.
A escalada do conflito no Caribe coincide com o desejo do governo Trump de redirecionar o foco da política externa americana para o Hemisfério Ocidental, gerando críticas de líderes militares e legisladores, que questionam a clareza e a estratégia por trás dessas ações. O senador Tim Kaine (D-Virginia) criticou as políticas como uma “confusão”, citando as ações militares no Caribe e a promessa de US$ 20 bilhões em ajuda à Argentina condicionada aos resultados das eleições.
