Trump impõe tarifas à Índia por comércio com a Rússia e deixa Brasil em estado de atenção
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tarifa extra de 25% sobre produtos indianos, elevando a taxação total para 50%. A medida é uma retaliação à Índia por continuar comprando petróleo da Rússia, uma ação que, segundo Trump, contribui para a continuidade da guerra na Ucrânia. A decisão iguala a tarifa imposta à Índia com a do Brasil, tornando ambos os países os mais taxados por Trump.
A medida, que entra em vigor em 27 de agosto, serve também como um alerta ao Brasil. Um documento da Casa Branca revelou que Trump ordenou uma avaliação para identificar quais países ainda importam energia russa, sinalizando a possibilidade de sanções semelhantes a outras nações.
Índia protesta e Trump ameaça expandir sanções
O governo indiano reagiu, classificando a decisão de Trump como “injusta, irracional e sem justificativa”, e garantiu que tomará “todas as medidas necessárias para proteger seus interesses nacionais”.
O presidente americano, por sua vez, não descartou a possibilidade de aplicar tarifas similares à China, que também mantém comércio de petróleo com a Rússia. Ele afirmou estar estudando novas ações contra parceiros comerciais de Moscou para aumentar a pressão pelo fim do conflito na Ucrânia.
A nova tarifa se baseia em uma ordem executiva de 2022 que proíbe importações e investimentos na Rússia. Segundo o documento, as ações e políticas russas continuam a representar uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional” dos Estados Unidos.
Negociações fracassaram
A decisão de Trump vem após o fracasso de cinco rodadas de negociações comerciais entre os EUA e a Índia. Autoridades indianas esperavam um acordo com tarifas limitadas a 15%, mas o acordo não se concretizou.
Em julho, Trump já havia alertado que aplicaria multas à Índia por seu comércio com a Rússia, criticando as altas tarifas e barreiras comerciais do país.
Risco para o Brasil
O Brasil, que ainda importa fertilizantes e combustíveis da Rússia, enfrenta o risco de sanções. Senadores brasileiros que estiveram em Washington em julho alertaram sobre a possibilidade de o país entrar na lista de nações sujeitas a tarifas automáticas, caso o Congresso americano aprove uma lei nesse sentido. A comitiva alertou que “há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias”.
