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Trump expressa descontentamento nas conversas com o Brasil, revela assessor

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou profunda frustração com as “ações e negociações comerciais” do Brasil, resultando na imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi confirmada pelo diretor do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, em entrevista à ABC no domingo (13).

Hassett afirmou que a decisão visa “colocar a América primeiro” e destacou que a frustração de Trump com o Brasil é incomum, geralmente não se direcionando a um país específico.

Descontentamento de Trump Liga-se a Julgamento de Bolsonaro

Ao ser questionado sobre os motivos para a tarifa, Hassett citou o descontentamento de Trump com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022. O diretor chegou a mencionar uma “ameaça à segurança nacional”, sem fornecer detalhes.

“Eu acho que essa tarifa para o Brasil é muito mais alta por causa da frustração do presidente com Bolsonaro. Ele tem sido bastante franco sobre isso com o caso Bolsonaro, certo? O presidente tem autoridade para impor as tarifas se acreditar que as ações e políticas do Brasil são uma ameaça à segurança nacional”, explicou Hassett.

Trump classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional” e uma “caça às bruxas” que deveria “acabar imediatamente”. Ele também criticou decisões do STF que, em sua visão, teriam emitido “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas norte-americanas.

Brasil Reage com Reciprocidade e Defesa da Soberania

Em resposta, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, refutou as alegações de Trump, afirmando que “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano” e que “qualquer aumento unilateral de tarifas será respondido com reciprocidade conforme previsto na legislação brasileira”.

Lula também reforçou que o “Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Sobre o processo contra Bolsonaro, o presidente enfatizou que “é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”. Em relação às plataformas digitais, Lula reiterou que a sociedade brasileira “rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”, e que no Brasil, “liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas”.

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