Trump estaria planejando ataque militar contra Venezuela para a queda de Nicolás Maduro, diz Hillary Clinton
A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, manifestou a crença de que a administração de Donald Trump está se preparando para uma “ação militar” contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Em um painel do Conselho de Relações Exteriores realizado na quarta-feira em Nova York, Clinton argumentou que o governo Trump está “preparando o cenário para algum tipo de ação militar contra Maduro”, possivelmente utilizando a guerra às drogas como justificativa.
O risco do caos pós-maduro
Clinton questionou os objetivos políticos de tal intervenção, alertando para a necessidade de cautela. Ela citou o caos que se seguiu na Líbia após os ataques aéreos da OTAN em 2011 e a morte de Muammar Gaddafi, como um cenário a ser evitado.
“Temos que ter muito cuidado com isso”, disse Clinton. “Li um artigo muito reflexivo sobre a Venezuela na semana passada que dizia que isso faria a Líbia parecer um país normal após a queda de Kadafi”. A ex-candidata presidencial enfatizou a complexidade do país, citando a presença de “forças militares, milícias, cartéis de drogas”.
Ela resumiu o dilema: “Se vamos ter algum tipo de objetivo de política externa, queremos nos livrar de Maduro, o que vem a seguir?” Clinton alertou que um ataque à Venezuela poderia resultar em “uma Somália gigante na costa da América do Sul”.
Críticas à destruição de barcos venezuelanos
Clinton também questionou as recentes ações militares dos EUA, que resultaram na destruição de barcos venezuelanos. Ela colocou em dúvida a descrição do presidente Trump de que esses barcos seriam exclusivamente de tráfico de drogas.
“Não temos ideia se esses barcos eram barcos de pesca, de cruzeiro, barcos familiares, barcos de drogas,” afirmou. Ela criticou a falta de informações detalhadas divulgadas pelo governo Trump, sugerindo que, se tivessem certeza do status dos barcos, a informação seria compartilhada.
Ressaltando que os barcos eram pequenos, com capacidade máxima para 12 passageiros, Clinton argumentou que havia meios alternativos para lidar com a situação, sem a necessidade de destruí-los. Ela defendeu que, com grandes forças navais na área e o apoio da Guarda Costeira, o procedimento correto seria “parar o barco, entrar nele e descobrir o que está nele”, em linha com as práticas passadas.
