Trump encurrala Maduro: o sinal de guerra que Trump enviou ao Caribe, após enviar o maior porta-aviões do mundo para a região
O Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) elevou significativamente sua presença militar no Caribe, em consonância com as diretrizes antidrogas do ex-presidente Donald Trump. A movimentação mais notável é a chegada do USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões de propulsão nuclear do mundo, e seu grupo de ataque, que entraram na área de responsabilidade da Quarta Frota (o comando naval do SOUTHCOM) na terça-feira.
Analistas apontam que a mobilização dessas embarcações transcende a simples interceptação de barcos de narcotráfico. Tratam-se de forças navais pesadamente armadas e capazes de operar próximas a litorais e ilhas. Essa concentração de poder bélico intensifica a pressão sobre o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, configurando um dos impasses mais críticos entre Washington e Caracas nos últimos anos, embora as intenções de Trump para a nação sul-americana permaneçam incertas.
Logística e abrangência regional do SOUTHCOM
Diante da carência de bases militares robustas na América do Sul, os EUA estão reestruturando sua logística de projeção de poder através do Caribe. Para isso, utilizam principalmente o território de Porto Rico — que, juntamente com as Bahamas e as Ilhas Virgens Americanas, faz parte da área de responsabilidade do Comando Norte (NORTHCOM). Contudo, o SOUTHCOM está autorizado a utilizar essas localidades para suas missões regionais.
A área de atuação do SOUTHCOM é vasta, abrangendo a América Latina ao sul do México, as águas adjacentes e o Mar do Caribe. Essa região engloba 31 países e 12 territórios sob soberania especial, representando cerca de um sexto do território global coberto pelos comandos de combate regionais dos EUA.
Presença e cooperação por sub-região:
- América Central: Inclui países como Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. Destaques:
- El Salvador abriga uma das duas Unidades de Cooperação de Segurança (UCS) dos EUA na América Latina.
- Panamá expandiu recentemente a cooperação em defesa.
- A presença americana de longa data em Honduras (Base Aérea de Soto Cano) foi questionada pelo governo local devido a tensões com as políticas de imigração de Trump.
- América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
- Apesar da cooperação histórica com os EUA no combate ao narcotráfico, a Colômbia manifestou preocupação com a agressividade naval americana, o excesso de acúmulo militar e a possibilidade de intervenção na Venezuela.
- Caribe: Antígua e Barbuda, Barbados, Cuba, Dominica, República Dominicana, Granada, Haiti, Jamaica, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago. Cuba mantém uma relação historicamente antagônica com os EUA.
Objetivos oficiais e alerta em caracas
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, declarou que a intensificação da presença visa “aprimorar e expandir as capacidades existentes para interromper o tráfico de narcóticos e enfraquecer e desmantelar as Organizações Criminosas Transnacionais.”
Apesar da declaração, um oficial americano informou ao The War Zone que estão sendo conduzidos levantamentos para determinar se mais recursos militares devem ser enviados à região.
Um porta-voz do SOUTHCOM confirmou à Newsweek que os ativos, unidades e pessoal presentes na área de responsabilidade estão “apoiando diretamente a missão do Comando Sul dos EUA, as operações dirigidas pelo Departamento de Guerra dos EUA e as prioridades do presidente dos EUA.”
Com a Venezuela colocando suas Forças Armadas em alerta máximo em resposta à escalada das tensões com os EUA, a situação regional atinge um estágio crítico onde qualquer movimento pode precipitar um confronto direto.


