Trump e Maduro conversam ao telefone em meio à crise e ameaças militares
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder venezuelano, Nicolás Maduro, realizaram uma conversa telefônica no último fim de semana. A notícia foi reportada pelo jornal “The New York Times” nesta sexta-feira (28), indicando um canal de comunicação direto, apesar das intensas tensões.
Fontes próximas à situação revelaram que um dos tópicos discutidos foi a possibilidade de um encontro presencial futuro nos Estados Unidos, embora nenhuma reunião tenha sido formalmente agendada. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, um conhecido crítico do regime de Maduro, também participou da chamada. Detalhes específicos sobre o conteúdo da conversa entre os líderes não foram divulgados.
O contato ocorreu dias antes de o Departamento de Estado dos EUA classificar o grupo “Cartel de los Soles” como uma organização terrorista estrangeira. Washington acusa Maduro de ser o líder deste grupo criminoso.
Apesar da pressão, que incluiu o reforço militar e as declarações duras, Trump já havia demonstrado estar aberto a dialogar com Maduro, que, por sua vez, manifestou estar pronto para um encontro “cara a cara”.
Pressão militar crescente no Caribe
Desde agosto, os Estados Unidos têm mobilizado um forte aparato militar na região do Caribe, próximo à costa da Venezuela. Esta operação, que a Casa Branca alega ser contra o narcotráfico internacional, resultou no bombardeio de mais de 20 embarcações suspeitas de transportar drogas, causando pelo menos 83 mortes, segundo dados do governo americano.
Embora Washington justifique a ação como uma operação antidrogas, autoridades americanas, falando sob anonimato, indicaram que o objetivo final da intensificação militar seria a remoção de Maduro do poder. O reforço militar incluiu a chegada de oito navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões Gerald Ford, o maior do mundo.
Ameaça de ofensiva e reação da Venezuela
Na quinta-feira (27), o presidente Trump chegou a declarar que os EUA iniciariam “muito em breve” uma ofensiva terrestre contra o narcotráfico na Venezuela, sem fornecer detalhes. Embora tenha analisado diversas opções militares, autoridades americanas garantiram ao site Axios que, “neste momento”, não há planos para capturar ou matar Maduro.
Trump afirmou que a classificação do Cartel de los Soles como entidade terrorista confere ao seu governo uma base legal para atacar alvos ligados a Maduro em território venezuelano. Ele ressaltou que, apesar de não pretender usar essa base legal, “todas as opções” continuam sobre a mesa.
Em resposta, o governo venezuelano rechaçou a decisão de Washington, classificando-a como “ridícula”, e rejeitou qualquer ligação com o esquema, acusando os EUA de buscarem forçar uma mudança de regime.


