Trump deve ir à Turquia, palco das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avaliou a possibilidade de um desvio em sua viagem ao Oriente Médio para visitar a Turquia. O objetivo era participar de negociações de paz cruciais entre Rússia e Ucrânia, que estavam agendadas para ocorrer em Istambul naquele mesmo mês.
Em 12 de maio, na Casa Branca, Trump afirmou a repórteres que consideraria voar para a Turquia se sentisse que “as coisas poderiam acontecer”, expressando otimismo em relação a uma possível suspensão de 30 dias das hostilidades no conflito de três anos. Essa trégua era uma demanda crescente de líderes europeus e da Ucrânia, apesar das resistências anteriores da Rússia a um cessar-fogo incondicional.
As conversas estavam previstas para 15 de maio. Trump, que já tinha compromissos agendados na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, enfatizou a importância de sua presença caso considerasse que seria útil para o processo de paz. O Secretário de Estado, Marco Rubio, também estava programado para estar na Turquia para uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores da OTAN, coincidindo com as datas das negociações.
O presidente russo, Vladimir Putin, havia proposto as negociações, mas não confirmara se compareceria pessoalmente. Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que estaria presente e pressionou Putin a fazer o mesmo. Trump manifestou a expectativa de que ambos os líderes comparecessem.
Elogiando o presidente turco, Recep Erdogan, como um “ótimo anfitrião”, Trump também sugeriu que as negociações poderiam abrir caminho para o fim das sanções dos EUA à Síria, visando um “novo começo” para o país, aparentemente após a (então prevista) queda do presidente Bashar al-Assad em dezembro de 2024.
Paralelamente, após uma reunião em Kiev em 10 de maio, líderes da França, Alemanha, Polônia, Reino Unido e Ucrânia haviam exigido um cessar-fogo abrangente de 30 dias, a partir de 12 de maio, com a abertura de negociações de paz e a potencial formação de uma força de garantia de paz europeia. Eles alertaram que, em caso de recusa russa, sanções mais severas seriam adotadas, mirando os setores bancário e energético da Rússia. Contudo, Trump não havia se comprometido publicamente a impor sanções mais duras à Rússia se Putin não aceitasse um cessar-fogo, nem indicou se a ausência do líder russo em Istambul desencadearia tais medidas. Anteriormente, ele havia defendido que a Ucrânia deveria concordar com negociações diretas para determinar a viabilidade de um acordo.
