Trump dá sinal verde para CIA conduzir operações letais para derrubar Maduro

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O governo do presidente Donald Trump escalou drasticamente a campanha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro ao autorizar discretamente a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas, incluindo o uso de força letal, na Venezuela, conforme noticiado pelo The New York Times, citando autoridades dos EUA. A diretiva confidencial marca uma forte intensificação nos esforços para derrubar Maduro, rotulado por Washington como um “narcoterrorista”.

A nova diretriz da CIA expande o papel da agência para além da coleta de inteligência, concedendo-lhe autoridade para realizar operações letais em todo o Caribe, visando indivíduos que o governo Trump alega estarem ligados à rede “narcoterrorista” da Venezuela.

A medida surge em um contexto de crescente atividade militar dos EUA na região, com mais de 10.000 soldados americanos, navios de guerra da Marinha e um submarino posicionados perto da Venezuela. O Pentágono estaria, inclusive, preparando opções para o presidente, incluindo possíveis ataques dentro do território venezuelano.

Escalada e justificativa

A suposta política é parte de uma estratégia mais ampla liderada pelo ex-Secretário de Estado Marco Rubio e pelo ex-Diretor da CIA, John Ratcliffe, que defendem a remoção de Maduro do poder. Autoridades americanas afirmam que o regime venezuelano funciona como uma organização criminosa controladora de uma rede de tráfico de drogas, tendo oferecido uma recompensa de US$ 50 milhões pela prisão de Maduro, descrito como o chefe do “El Cartel de los Soles” (Cartel dos Sóis).

A decisão ocorre após semanas de ataques militares americanos contra barcos na costa venezuelana, alegadamente envolvidos com tráfico de drogas. O governo Trump confirmou recentemente ter ordenado um “ataque cinético letal a uma embarcação afiliada a uma Organização Terrorista Designada (DTO) que conduz narcotráfico”. No último mês, seis desses ataques resultaram na morte de pelo menos 27 pessoas, embora o governo não tenha fornecido evidências aos legisladores que sustentem a alegação de contrabando de drogas em todos os casos.

Repercussão e críticas

A escalada gerou alarme no Congresso. Parlamentares de ambos os partidos exigem mais transparência: republicanos questionam a autoridade legal para os ataques, e democratas alertam que as operações poderiam violar leis americanas e internacionais. Em um memorando ao Congresso, o governo argumentou que os EUA estão em um “conflito armado não internacional” com cartéis de drogas designados como grupos terroristas, justificando as operações “de acordo com a lei de conflitos armados”.

“A política do governo Trump em relação à Venezuela continua sendo de ‘pressão máxima’ — o desafio lógico disso é que a pressão constante e crescente acaba se tornando indistinguível da intervenção,” comentou Felix Cook, diretor associado de inteligência corporativa da S-RM.

Trump havia ordenado o fim das negociações diplomáticas com Maduro e prometeu “destruir os terroristas venezuelanos e as redes de tráfico”. Em setembro, Maduro respondeu: “As comunicações com o governo dos EUA são descartadas por eles, com suas ameaças de bombas, morte e chantagem.”

Ataques terrestres

Trump, confirmou que autorizou a CIA a operar na Venezuela, citando o envio de criminosos e o intenso tráfico de drogas como justificativas. Trump também sinalizou que considera ordenar ataques militares terrestres, afirmando que os EUA estão “definitivamente mirando o lado terrestre agora” para complementar o combate ao narcotráfico já realizado no mar.

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