Trump anuncia ação “por terra” contra Venezuela e eleva tensão no Caribe
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quinta-feira que as ações para barrar o tráfico de drogas venezuelano “por terra” começarão “muito em breve”, intensificando as tensões com Caracas. O anúncio ocorre em um contexto onde as vastas reservas de petróleo da Venezuela continuam sendo o principal fator nos cálculos energéticos e políticos globais.
A Venezuela detém as maiores reservas comprovadas de petróleo bruto do mundo. Qualquer futura mudança na sua capacidade de produção – seja por influência política, ajustes nas sanções ou novos acordos – tem o potencial de aumentar a oferta global de energia e aliviar a inflação nos EUA. Essa influência petrolífera é crucial para Washington em uma região marcada pela crescente competição geopolítica.
⚔️ pressão militar e diplomacia Chevron
O reforço militar dos EUA no sul do Caribe, oficialmente direcionado ao combate ao narcotráfico, é visto por Caracas como uma tentativa de controlar seus recursos naturais. No entanto, o cálculo estratégico da administração Trump envolve diretamente o petróleo: “A remoção de Maduro impactaria o tráfico de drogas e o comércio, incluindo o petróleo”, explicou Alex Plitsas, do Atlantic Council.
Essa estratégia se refletiu na concessão de uma licença restrita à gigante petrolífera americana Chevron em julho. A licença permite à Chevron operar joint ventures e exportar petróleo, mas proíbe pagamentos ao governo Maduro. Para os formuladores de políticas dos EUA, a medida visa preservar o acesso às reservas venezuelanas, manter a pressão sobre Maduro e garantir a estabilidade energética interna.
Riscos e desafios da intervenção
Apesar da importância das reservas, a exploração está limitada pela instabilidade política, infraestrutura deficiente e sanções. Transformar a influência em controle prático exigirá investimentos maciços.
Analistas alertam para os riscos. Rosemary A. Kelanic, da Defense Priorities, adverte que derrubar o regime à força pode “desencadear um caos semelhante ao do Oriente Médio em nosso próprio hemisfério”. A ação militar pode desestabilizar os mercados de petróleo no curto prazo e levar a um aumento de preços.
Nos próximos meses, a estratégia dos EUA será monitorada de perto, exigindo uma combinação complexa de diplomacia, sanções e pressão militar. O resultado influenciará os mercados globais, a estabilidade regional e a influência americana sobre rivais como Rússia, China e Irã.


