Trump admite a possibilidade de tropas na Venezuela e coloca mais países na mira de ações militares
Em uma entrevista explosiva à Politico divulgada nesta terça-feira, o presidente Donald Trump fez declarações contundentes sobre a situação na Venezuela, a guerra na Ucrânia, a imigração e a economia dos EUA.
Trump afirmou categoricamente que os “dias do presidente venezuelano Nicolás Maduro estão contados”. No entanto, quando questionado diretamente sobre a possibilidade de os Estados Unidos enviarem tropas para o país sul-americano, o ex-presidente adotou uma postura ambígua.
Ele se recusou a confirmar ou descartar uma invasão terrestre por parte dos EUA, limitando-se a dizer: “Não vou comentar isso” e “Não quero confirmar nem descartar”.
Questionado sobre se gostaria de ver a saída de Maduro, ele repetiu a avaliação: “Seus dias estão contados”.
As tensões entre Washington e Caracas se intensificaram nos últimos meses, coincidindo com as operações militares americanas contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Mar do Caribe e no Pacífico Oriental. Trump chegou a sugerir, no final do mês anterior, uma possível ação terrestre contra narcotraficantes venezuelanos “muito em breve” e declarou que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado “fechado”.
Em uma extensão dessa política, o ex-presidente indicou que consideraria ações semelhantes às operações navais contra o narcotráfico, como ataques a barcos, em países como México e Colômbia para mitigar o fluxo de fentanil.
Leia+ Aviões de guerra da Tailândia realizam ataques aéreos contra cidade no Camboja
Conflito na Ucrânia e elogios questionáveis
Ao abordar a guerra na Ucrânia, Trump foi direto em sua análise sobre quem detinha a melhor posição negocial. Ele declarou, sem hesitação, que “Não há dúvidas, é a Rússia”, ressaltando que o país “sempre” teve a “vantagem” devido ao seu tamanho. Apesar disso, ele elogiou a bravura e a luta do povo e das Forças Armadas ucranianas, mas concluiu que, “em algum momento, o tamanho geralmente prevalece”.
Críticas à imigração europeia e ataques a Ilhan Omar
O ex-presidente também dirigiu sua atenção às políticas de imigração. Ele classificou as ações dos líderes europeus como “um desastre” e argumentou que “a maioria das nações europeias está em decadência”.
Em um momento de destaque da entrevista, Trump atacou a congressista Ilhan Omar, embora não a tenha mencionado nominalmente. O ex-presidente criticou imigrantes somalis e expressou a aversão de que alguém viesse para os EUA e se tornasse “um congressista que não faz nada além de reclamar”.
Em uma aparente referência a Omar, ele instou: “Que ela volte para o país dela e conserte os próprios problemas”.A congressista, que fugiu da Somália ainda criança, respondeu em uma publicação no X na semana passada, rechaçando a intolerância e afirmando: “Os somali-americanos vieram para ficar”.
Economia e a escolha do próximo chefe do Federal Reserve
Ao avaliar o desempenho econômico durante sua gestão, Trump concedeu a si mesmo a nota máxima: “A-plus-plus-plus-plus”. Sua viagem programada para a Pensilvânia hoje incluirá um discurso focado na economia, em um momento em que pesquisas indicam um descontentamento dos americanos com a gestão atual da questão.
Uma pesquisa recente da NBC News (outubro) apontou que cerca de dois terços dos eleitores registrados consideravam que o governo falhou no combate à inflação e ao custo de vida.
Trump reiterou suas críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, por não ter reduzido as taxas de juros mais cedo. Com o fim do mandato de Powell se aproximando, o ex-presidente revelou que a adesão a um plano para reduzir imediatamente as taxas será um “teste decisivo” para seus potenciais sucessores.Ele ainda acrescentou que já “sabe quem escolherá” para liderar o conselho, mas manteve o nome em sigilo.


