Tragédia em Hong Kong: mortes aumentam e autoridades correm contra o tempo em busca de centenas de desaparecidos
Um incêndio massivo consumiu vários edifícios altos em Hong Kong, resultando na morte de pelo menos 65 pessoas. É o incêndio mais mortal da cidade em mais de 70 anos. A catástrofe ocorreu no Conjunto Habitacional Wang Fuk, que passava por extensas obras de reforma.
O número de vítimas é alarmante, com mais de 270 pessoas ainda desaparecidas e 70 feridas. O Corpo de Bombeiros já resgatou 55 pessoas, mas os esforços de busca foram dificultados pelo calor intenso, destroços e o risco de desabamento de andaimes.
Um dos mortos é o bombeiro Ho Wai-ho, de 37 anos, encontrado no local cerca de 30 minutos após perderem contato com ele. Outros dez bombeiros também ficaram feridos.
O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, garantiu que os esforços de resgate continuarão, apesar das “condições complexas no local”.
Cronologia e nível de emergência
O fogo começou às 14h51, horário local (6h51 GMT), de quarta-feira, com densas nuvens de fumaça e chamas dominando o horizonte da cidade. A intensidade levou as autoridades a elevarem o nível do incêndio para cinco, a categoria mais grave, às 18h22, horário local.
Centenas de bombeiros trabalharam incansavelmente para controlar o incêndio, que agora está praticamente contido em todos os edifícios afetados.
Causas e investigações criminais
A causa exata do incêndio ainda é incerta, mas as autoridades suspeitam que materiais não à prova de fogo usados nas obras de renovação podem ter facilitado a propagação rápida das chamas.
- Materiais como malha, folhas de plástico e isopor foram encontrados na parte externa dos edifícios.
- O especialista Prof. Jiang Liming também levantou a possibilidade de os andaimes de bambu terem contribuído para o alastramento.
Três executivos da construtora foram presos sob suspeita de homicídio culposo e negligência grave. Um porta-voz da polícia afirmou que “os responsáveis pela empresa foram extremamente negligentes”. A Comissão Independente de Combate à Corrupção abrirá uma investigação criminal sobre as obras.
Segurança e respostas governamentais
Relatos de moradores indicam que os alarmes de incêndio não soaram e que elevadores pararam de funcionar. Uma moradora disse que alguns alarmes foram desligados devido à circulação constante de operários.
Em resposta à tragédia, o Chefe do Executivo John Lee ordenou inspeções imediatas em todos os conjuntos habitacionais em reforma e considera a substituição dos tradicionais andaimes de bambu por estruturas metálicas.
O presidente chinês, Xi Jinping, manifestou condolências e pediu esforços máximos para minimizar os prejuízos. A campanha para as eleições do Conselho Legislativo, marcadas para 7 de dezembro, foi suspensa.
Impacto comunitário e solidariedade
O Wang Fuk Court, construído em 1983, abriga cerca de 4.600 moradores, com quase 40% tendo 65 anos ou mais. A comunidade está em choque.
Evacuados foram direcionados para abrigos temporários. O Alibaba Group prometeu doar HK$ 20 milhões (cerca de R$ 13 milhões) para apoiar os esforços de ajuda. Pessoas têm levado comida e roupas aos desabrigados.
“Estou devastado,” disse Jason Kong, de 65 anos, à agência Reuters. “Não sei o que fazer.” Moradores foram vistos do lado de fora dos abrigos procurando por familiares desaparecidos.


