Terremoto atinge Araxá, no Oeste de MG; moradores relatam ‘estrondo’ e vibração
Um sismo de magnitude estimada em 3,9 na escala Richter foi registrado na noite desta sexta-feira-feira, (12/12) por volta das 22h10, causando apreensão na região do Alto Paranaíba. O epicentro do tremor foi localizado a aproximadamente 12 quilômetros de Araxá e o fenômeno foi claramente sentido também pelos moradores do município vizinho de Ibiá.
De acordo com relatos de populares em ambas as cidades, o abalo sísmico foi acompanhado de um barulho alto, descrito como um estrondo, que antecedeu a vibração. Portas, janelas e móveis tremeram, com manifestações ocorrendo em diversos pontos das áreas residenciais. Nas redes sociais, muitos moradores confirmaram ter sentido o rápido balanço da terra.
Autoridades confirmam e monitoram a situação
A Prefeitura Municipal e a Defesa Civil confirmaram o evento sísmico por meio de uma nota oficial. Emitida por volta das 23h40, a Defesa Civil tranquilizou a população, informando que até aquele momento não havia registro de danos materiais nem de feridos. As equipes de segurança permaneceram em estado de alerta, realizando monitoramento e levantamento de informações para garantir a segurança pública.
A Prefeitura também comunicou que as mineradoras locais foram acionadas e confirmou a estabilidade das barragens instaladas na região. Contudo, as estruturas passarão por monitoramento preventivo para checar qualquer possível alteração após o evento.
Araxá está em área de atividade sísmica histórica
A região de Araxá, a exemplo de grande parte do estado de Minas Gerais, possui um histórico de atividade sísmica. O tremor mais recente registrado na área havia ocorrido em 15 de dezembro de 2024, com uma magnitude menor, de 3,1 mR. Sismos nessas faixas de magnitude, em geral, não causam danos estruturais, mas são suficientes para serem percebidos pela população, gerando susto e preocupação momentânea.
Entenda o fenômeno: a ruptura interna das rochas
O Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) reforça que tremores de terra são imprevisíveis, não sendo possível afirmar se novos abalos ocorrerão.
O sismólogo Bruno Collaço, da USP, explicou o mecanismo do sismo. Diferente do senso comum que localiza o evento em um único ponto (o epicentro), o sismo é, na verdade, provocado pela ruptura de rochas na crosta terrestre, no interior da Placa da América do Sul – a placa tectônica onde o Brasil está inserido.
O especialista indicou que a magnitude do tremor está ligada ao tamanho dessa ruptura. No caso do evento de 3,9 mR em Araxá, a estimativa é que a ruptura das rochas tenha alcançado cerca de 500 metros de extensão, o equivalente a aproximadamente cinco campos de futebol enfileirados. É esse movimento e acomodação interna que gera o tremor sentido na superfície.


