Tensão na França: Agricultores em protesto lançam cerco a Paris
A Federação Nacional dos Sindicatos Agrícolas de França (FNSEA) e a associação de Jovens Agricultores da Grande Bacia de Paris anunciaram no passado sábado um “cerco à capital por tempo indeterminado”, bloqueando as principais vias de acesso à cidade a partir de 14h (horário local) desta segunda-feira.
Os agricultores planejam bloquear oito autoestradas diferentes , incluindo a A1 no norte, que liga Paris ao aeroporto Charles de Gaulle , numa tentativa de pressionar o governo francês a satisfazer as suas reivindicações, que incluem uma melhor remuneração dos seus produtos, uma simplificação. de procedimentos burocráticos e de protecção contra importações baratas.
Nos últimos dias, bloquearam estradas com tratores e abrandaram o trânsito em toda a França. Após uma reunião de emergência realizada este domingo, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, anunciou que serão destacados 15 mil agentes policiais , a maioria deles na região de Paris.
As forças de segurança também receberam ordens de “evitar qualquer bloqueio” do mercado internacional de Rungis – que abastece a capital e arredores com muitos alimentos frescos – e dos aeroportos de Paris, bem como impedir a entrada na capital e outras cidades de qualquer comboio de agricultores. As caravanas de tratores serão monitoradas por helicópteros , acrescentou.
Entretanto, o Governo de Emmanuel Macron pondera renegociar o fim do pousio obrigatório e as limitações à entrada de produtos agrícolas ucranianos no território comunitário na cimeira da União Europeia desta quinta-feira.
O Ministro da Agricultura francês, Marc Fesneau, disse à France 2 que anunciarão novas medidas nas próximas 48 horas . “Teremos uma série de coisas que vamos colocar em cima da mesa, que nos vão permitir completar e mostrar a amplitude das medidas que pretendemos tomar para o mundo agrícola”, explicou, anunciando que acompanhará Macron no Cimeira Europeia.
Na última sexta-feira, o Governo anunciou uma série de medidas que, segundo os agricultores, não resolvem completamente as suas reivindicações. A proposta inclui “simplificar drasticamente” alguns procedimentos técnicos e eliminar progressivamente os impostos sobre o gasóleo para veículos agrícolas.
