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Surto misterioso no Santa Rita em Vitória aumenta casos suspeitos e preocupa em UTIs

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O surto de contaminação misteriosa que atingiu o Hospital Santa Rita, em Vitória, elevou o número de casos suspeitos para 88 na noite desta quarta-feira (29), conforme o boletim atualizado da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa). Este aumento representa um crescimento de 27,5% nas notificações e se deve, principalmente, à adoção de novos critérios de investigação definidos pelo Ministério da Saúde, que enviou representantes para acompanhar de perto a situação no estado.

É fundamental ressaltar que, apesar do salto nos números, a Sesa assegura que não houve registro de novos casos desde 22 de outubro, tratando-se as notificações de uma reclassificação de indivíduos já assistidos.

Entre os 88 casos em apuração, a maior parte é composta por funcionários da unidade, com 63 notificações. O restante se divide entre 10 pacientes e 15 acompanhantes. Do total de suspeitos, 20 pessoas permanecem internadas, sendo 15 em leitos de enfermaria e 5 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), incluindo um paciente em tratamento oncológico. Estes internados, sendo 10 funcionários, 8 pacientes e 2 acompanhantes, estão distribuídos em hospitais de seis municípios capixabas: Vitória, Serra, Cariacica, Colatina, Guarapari e Linhares.

As investigações para identificar a causa do surto, que se iniciou na ala de tratamento oncológico do SUS, estão em estágio avançado. As autoridades de saúde já descartaram a possibilidade de ser um vírus, incluindo Covid-19 e Influenza A e B, e afirmam que a contaminação não se dá por transmissão interpessoal. A principal suspeita recai sobre a possibilidade de contaminação por bactéria ou fungo, provenientes de falhas nos sistemas de água ou ar-condicionado.

Para confirmar o agente causador, amostras estão sendo minuciosamente analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em um esforço para rastrear o patógeno entre quase 300 tipos de agentes infecciosos conhecidos. O resultado desses testes é esperado para o fim de semana.

Os primeiros sintomas foram notados pelos funcionários do setor oncológico a partir de 13 de outubro, manifestando-se inicialmente como febre, dor de cabeça, dor no corpo e mal-estar. Entre o terceiro e o quarto dia de doença, os quadros evoluíram rapidamente para dor torácica e tosse, apresentando padrões semelhantes em exames de tomografia, o que acendeu o alerta hospitalar.

O protocolo atual para considerar um caso como suspeito exige que o indivíduo apresente febre combinada com alteração em raio-x do tórax e pelo menos um sintoma de dor muscular, dor de cabeça ou tosse; ou febre e pelo menos dois desses três últimos sintomas, descartando-se o quadro em casos de dor de garganta, coriza ou alterações de olfato e paladar.

Em resposta ao surto, o Hospital Santa Rita isolou os colaboradores infectados, realizou higienização na ala e transferiu pacientes imunodeprimidos. Um dos três centros cirúrgicos, localizado próximo ao setor interditado, foi temporariamente fechado por precaução.

O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, classificou a intervenção do Ministério da Saúde como uma atitude protocolar em situações de surto hospitalar, visando apoio à investigação.

Além disso, a Sesa emitiu uma nota técnica orientando outros hospitais a reforçarem medidas de segurança, como evitar visitas a pacientes suspeitos e intensificar a higiene das mãos, enquanto unidades de saúde na Grande Vitória, como Unimed Vitória e Vitória Apart, já implementaram o uso obrigatório de máscaras em áreas assistenciais. Apesar de todas as ações e do intenso processo de investigação em curso, o hospital segue funcionando normalmente, sem cancelamento de cirurgias ou procedimentos.

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