Surto misterioso em hospital: casos suspeitos disparam 43% em Vitória; autoridades buscam causa
O número de casos suspeitos da contaminação de origem ainda desconhecida no Hospital Santa Rita, em Vitória, saltou para 69 na noite desta terça-feira (28), um aumento de 43% em relação ao boletim anterior. A lista de notificados, que inicialmente incluía funcionários e acompanhantes, agora conta com oito pacientes, sendo um deles um paciente oncológico internado na UTI, conforme informado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa).
O crescimento considerável nas notificações, de 48 para 69, é atribuído à adoção de novos critérios definidos pelo Ministério da Saúde. O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffman, explicou que os casos já existiam, mas foram classificados como suspeitos após a disseminação de uma nota técnica orientativa e a aplicação de um questionário em pessoas com sintomas que estiveram no setor oncológico do Santa Rita.
Investigação Concentrada em bactérias e fungos
As autoridades de saúde descartaram a possibilidade de ser um vírus (incluindo Covid-19 e Influenza A e B) e afirmam que a contaminação não ocorre de pessoa para pessoa. A principal hipótese investigada é que a causa seja uma bactéria ou fungo proveniente de falhas nos sistemas de água ou ar-condicionado da unidade.
Os testes para identificar o agente infeccioso, que pode ser um dos quase 300 tipos analisados, estão sendo realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A expectativa é que o resultado saia até o fim de semana.
Aumento nas internações e origem na Oncologia
A contaminação teve início com funcionários do setor oncológico no dia 13 de outubro, que apresentaram sintomas semelhantes aos de uma pneumonia. A ala afetada é referência para procedimentos oncológicos via SUS.
Com a atualização da Sesa, 31 pessoas estão internadas: 5 em UTI e 16 em enfermaria, distribuídas entre 10 funcionários, 8 pacientes e 3 acompanhantes. O hospital isolou os colaboradores infectados, realizou higienização e transferiu pacientes imunodeprimidos, garantindo que nenhum paciente oncológico em tratamento tenha sido infectado. Além disso, um dos três centros cirúrgicos, vizinho à ala interditada, foi fechado por precaução.
Sintomas e protocolos de Segurança
Para ser considerado um caso suspeito, o protocolo exige que o paciente tenha febre e alteração em raio-x do tórax, além de dor muscular, dor de cabeça ou tosse (Quadro 1), ou febre e pelo menos dois desses três sintomas (Quadro 2). Casos com dor de garganta, coriza ou alteração de olfato e paladar são descartados.
Equipes do Ministério da Saúde e da Sesa estão dentro do Hospital Santa Rita acompanhando a investigação. Enquanto isso, o hospital segue em funcionamento, mas a Sesa emitiu uma nota técnica com orientações rigorosas para as unidades de saúde, como evitar visitas a pacientes com suspeita e reforçar a higiene das mãos para profissionais, pacientes e acompanhantes.
O secretário Tyago Hoffman ressaltou que a presença do Ministério da Saúde é um procedimento padrão para auxiliar na investigação de surtos hospitalares em qualquer parte do país.

 
     
       
    

 
							 
							