Super Gripe a H3N2 K chega ao Peru: dois casos confirmados em em Lima
O Ministério da Saúde do Peru (Minsa) confirmou a detecção dos primeiros dois casos da nova variante do vírus influenza A H3N2, subclade K, conhecida informalmente como ‘supergripe’, em dois menores de idade na capital Lima. Esta confirmação ocorre após a circulação da variante ter sido notificada em outros países da região, elevando o nível de atenção no setor de saúde peruano.
Apesar da detecção, o vice-ministro da Saúde Pública, Leonardo Rojas Mezarina, buscou tranquilizar a população, indicando que o risco de uma epidemia é considerado baixo. No entanto, ele fez um apelo para a adoção de medidas preventivas extremas para conter a propagação do vírus.
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O Minsa assegura que o país possui um estoque de vacinas disponível para os grupos mais vulneráveis, incluindo crianças menores de cinco anos, idosos e pessoas com comorbidades. O alerta internacional sobre o aumento de casos de H3N2, especialmente do subtipo K, gerou preocupação em antecipação à possível chegada do vírus em maior escala durante as festas de fim de ano, período de alta circulação de pessoas.
O Ministério reiterou que “o risco de surtos no Peru é atualmente de leve a moderado”, enfatizando a necessidade de observação rigorosa, mas sem alarmismo social.
Para desmistificar a gravidade da situação, o Dr. Juan Villena, especialista em doenças infecciosas, ofereceu explicações sobre a natureza da gripe H3N2. Ele esclareceu que a “H3N2 é uma variante sazonal do vírus da gripe, comum em todo o mundo”, que provoca sintomas como febre alta, mal-estar geral e, ocasionalmente, complicações em indivíduos frágeis.
Comparando a gripe com a pandemia recente, o Dr. Villena destacou a memória coletiva e o trauma da COVID-19, que ainda afetam a percepção de risco das doenças respiratórias. Ele enfatizou que o comportamento da nova variante da gripe deve ser analisado com calma e baseado em evidências científicas.
A verdadeira agressividade do vírus e as lições não aprendidas
Questionado sobre a periculosidade do H3N2 em relação à COVID-19, o Dr. Villena argumentou que “mesmo a COVID-19 não é tão mortal quanto muitos pensam. O problema foi o número de pessoas infectadas”. Ele explicou que, embora o risco individual seja relativamente baixo em doenças respiratórias virais, a alta taxa de transmissão em massa é o que leva a um número significativo de casos graves e óbitos.
“Não é que o vírus seja muito agressivo, mas sim que infecta muitas pessoas e uma pequena percentagem morre. Se o número de pessoas infectadas se multiplicar, o impacto torna-se visível”, afirmou o especialista.
O Dr. Villena também criticou o sistema de saúde peruano, que, segundo ele, “não aprendeu as lições da COVID-19” e continua a apresentar deficiências estruturais. Ele concluiu com um chamado à priorização da saúde pública: “Saúde não é um negócio; deve ser prioridade garantir que a população permaneça saudável e produtiva”.


