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Silas Malafaia tem celulares apreendidos e lança duras críticas a Moraes e o acusa de perseguição religiosa

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O pastor Silas Malafaia foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na noite desta quarta-feira (20), que resultou na apreensão de seus celulares e na imposição de medidas cautelares. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ocorreu no âmbito de uma investigação sobre a suposta tentativa de coação contra autoridades que apuram a trama golpista de 8 de janeiro, processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu.

Abordagem no aeroporto e reação

Malafaia foi abordado por agentes federais ao desembarcar de um voo em Lisboa, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Além da busca pessoal e da apreensão de seus celulares, o pastor teve seu passaporte e cadernos com anotações de mensagens bíblicas apreendidos.

Após prestar depoimento, Malafaia foi recebido por apoiadores e, em vídeo nas redes sociais, criticou duramente o ministro do STF, Alexandre de Moraes, a quem chamou de “criminoso” e “ditador de toga”. O pastor acusa o magistrado de promover uma “perseguição política e agora religiosa”. Malafaia também negou ter orientado o deputado Eduardo Bolsonaro nas supostas ações de coação contra autoridades, classificando as conversas como “particulares” e criticando o vazamento de informações do inquérito para a imprensa antes mesmo de seus advogados serem notificados.

Medidas cautelares e o posicionamento da PGR

Em decorrência da operação, Malafaia foi alvo de medidas cautelares, entre elas a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados. A decisão de Moraes se baseou em um pedido da Polícia Federal, com o respaldo da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, a PF obteve diálogos e publicações que indicam que Malafaia “aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro”. A investigação sugere que Malafaia e Bolsonaro “estão associados no propósito comum” de interferir ilicitamente no andamento do processo. O pastor, no entanto, ainda não foi formalmente indiciado, e a PGR avalia se há elementos suficientes para apresentar uma denúncia.

No vídeo em que se defende, Malafaia revelou que as mensagens indicavam que ele havia criticado o deputado Eduardo Bolsonaro, chamando-o de “babaca” e “inexperiente”, e questionou outros ministros do STF se eles teriam “medo” de Moraes. Ele também afirmou que enviou vídeos e cartas para líderes religiosos nos Estados Unidos, incluindo o ex-presidente Donald Trump, para denunciar o que ele chama de “perseguição”.

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