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Senadora Damares Alves exige suspensão de entidades envolvidas em fraude no INSS de conselhos governamentais

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Em um movimento que ecoa as recentes revelações de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado e da Frente Parlamentar Mista de Defesa do Idoso, protocolou um ofício na quarta-feira (14) exigindo a suspensão imediata de nove entidades envolvidas no escândalo de todos os conselhos governamentais.

A ação da senadora surge após a divulgação de dados pelo portal Poder 360, que revelaram a participação dessas associações, agora sob investigação da Polícia Federal (PF) por descontos irregulares nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas, em conselhos e grupos consultivos de dez ministérios, incluindo o Palácio do Planalto.

A presença dessas entidades em colegiados de alta relevância, como o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS), levanta preocupações significativas. Esses conselhos desempenham um papel crucial na formulação de políticas públicas, assessorando ministros e até mesmo orientando a Presidência da República em decisões estratégicas.
A senadora Alves fundamenta seu pedido na premissa de que os conselhos foram criados para garantir a participação da sociedade civil no controle e na elaboração de políticas públicas, um princípio que, segundo ela, está sendo comprometido pela presença das entidades sob investigação. Além disso, ela destaca a existência de repasses financeiros obrigatórios entre os entes federativos em alguns conselhos, como o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), conforme previsto na Lei nº 8.742/93, o que aumenta a gravidade da situação.

“É dever de todo agente público tomar medidas para coibir práticas criminosas, em especial esta lamentável situação envolvendo a subtração de recursos de idosos e pessoas vulneráveis”, declarou a senadora no documento, enfatizando a necessidade de ação imediata.
Entre as entidades citadas no ofício, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) se destaca, liderando o ranking de participação em conselhos com um total de 16 assentos.

A PF investiga a possibilidade de a Contag ter desviado até R$ 2 bilhões através do esquema fraudulento. A entidade ocupa uma posição de destaque no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, um grupo que assessora diretamente o presidente da República. Aristides Veras dos Santos, presidente da Contag e notório apoiador de Lula, representa a entidade nesse conselho.

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde José Ferreira da Silva, irmão do presidente Lula, conhecido como Frei Chico, ocupa o cargo de vice-presidente, também figura na lista, participando de dois conselhos ao lado da Contag.

A senadora Alves argumenta que o afastamento dessas entidades é crucial para garantir a integridade das investigações e evitar qualquer influência política indevida. “O afastamento desses sindicatos e associações vai conferir maior tranquilidade às investigações e garantir que elas não exerçam qualquer influência política nesse processo. É benéfico para ela e para todos os que acompanham de perto as investigações”, concluiu a senadora.

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