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Rússia se revolta com ameaças de Trump sobre a Ucrânia e alerta para “um passo em direção à guerra com os EUA”

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A retórica entre Washington e Moscou se acirrou nesta segunda-feira (28), após o ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, reagir veementemente ao presidente dos EUA, Donald Trump. Trump havia declarado a intenção de estabelecer um novo prazo para a Rússia chegar a um acordo sobre a Ucrânia, provocando uma resposta enérgica de Medvedev.

“Rússia não é Israel, nem Irã”: Medvedev alerta Trump contra ultimatos

Em uma postagem incisiva em sua conta na plataforma X, Medvedev alertou o chefe da Casa Branca a não confundir a Rússia com outros países em sua política externa. “Trump está dando ultimatos à Rússia: 50 dias ou 10”, escreveu Medvedev, antes de disparar um aviso direto: “Ele deveria se lembrar de duas coisas: 1. Que a Rússia não é Israel, nem mesmo o Irã. 2. Que cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com seu próprio país”.

Ainda em sua publicação, o ex-presidente russo aconselhou Trump a não cometer os mesmos erros de seu antecessor, Joe Biden, finalizando com um peremptório: “Não siga o caminho do Joe Sonolento!”.

Novo prazo e sanções secundárias: a estratégia de Trump

O ultimato de Trump foi emitido durante um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Escócia. O presidente americano anunciou que fixaria um novo prazo de “cerca de 10 ou 12 dias” a partir daquela data, justificando que “não há motivo para esperar” e que, embora quisesse ser “generoso”, não via progresso nas negociações. Além do prazo, Trump expressou sua disposição de impor sanções secundárias a Moscou.

Em meados de julho, Medvedev já havia minimizado um “ultimato teatral” anterior de Trump, que ameaçava impor tarifas secundárias de 100% aos países que negociassem com Moscou caso um acordo para o fim das hostilidades na Ucrânia não fosse alcançado em 50 dias.

Kremlin vê sinal para continuação do conflito

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já havia se manifestado sobre a questão, explicando que “é certamente certo” que tais decisões de Washington sejam interpretadas pelo lado ucraniano “não como um sinal de paz, mas como um sinal para a continuação do conflito”. Peskov reiterou que Moscou permanece aberta ao diálogo, enquanto Kiev não apresentou “nenhuma proposta nesse sentido”.

A escalada verbal entre os líderes sugere um cenário de crescente tensão internacional, com a situação na Ucrânia no centro das discussões e a possibilidade de novas sanções e um aprofundamento do conflito.

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