Rússia lança poderosa ofensiva em toda a Ucrânia em meio a conversas de paz nos EUA
A Rússia executou um ataque maciço com drones e mísseis contra a Ucrânia na madrugada de sábado. O ataque ocorreu simultaneamente com a continuação das negociações entre autoridades americanas e ucranianas em Miami, onde a Casa Branca expressou esperança de que o conflito possa ser encerrado.
As Forças Armadas da Ucrânia relataram que a Rússia utilizou mais de 650 drones e 51 mísseis durante o ataque noturno. Os drones atingiram alvos em várias regiões do país, incluindo áreas ocidentais localizadas a centenas de quilômetros da linha de frente. O impacto do ataque foi tão amplo que as sirenes de alerta soaram até mesmo em partes do leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia.
A operadora nacional de energia, Ukrenergo, confirmou que grande parte do ataque teve como alvo usinas e outras infraestruturas energéticas. Pelo menos três pessoas ficaram feridas nos ataques na região de Kiev. A ofensiva incessante russa contra a capacidade energética ucraniana nas últimas semanas busca cortar o fornecimento de calor, luz e água, enquanto o país se prepara para o quarto inverno de conflito em grande escala.
Em resposta, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter abatido 116 drones ucranianos sobre seu território. No entanto, houve relatos não confirmados na plataforma Telegram de que a Ucrânia teria atingido uma refinaria de petróleo na cidade russa de Ryazan. O governador da região de Ryazan confirmou que um prédio residencial foi danificado e que destroços de drones caíram sobre uma “instalação industrial”.
Perspectivas e Impasses nas Negociações de Paz
Donald Trump manifestou o desejo de encerrar a guerra, mas o texto indica que há poucos sinais de que os lados estejam próximos de um consenso. As negociações entre representantes dos EUA e da Ucrânia em Miami deveriam continuar pelo terceiro dia consecutivo. Esta rodada de conversas se seguiu a uma reunião em Moscou entre Vladimir Putin, Steve Witkoff e Jared Kushner no início da semana.
Os planos de Washington envolveriam a Ucrânia ceder território em troca de garantias de segurança que são descritas como vagas. Analistas acreditam que seria difícil para Kiev aceitar tais termos no momento atual, especialmente porque não há indicações de que a Rússia esteja disposta a assinar um acordo nas condições sugeridas por Trump.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, expressou a frustração da Casa Branca com a dificuldade de resolver o conflito, que ele descreveu como uma “fonte de frustração constante”.
Preocupação Europeia com a Estratégia dos EUA
Na Europa, algumas das iniciativas dos EUA causaram surpresa, e nações têm se esforçado para se manter alinhadas ao processo. No Catar, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, tentou minimizar a importância da nova estratégia de segurança nacional do governo Trump, que havia sido publicada um dia antes. Essa estratégia afirmava que a Europa enfrentava um “apagamento civilizacional” devido à imigração e sugeria que os EUA deveriam apoiar forças de direita no continente.
Kallas, no entanto, reforçou a aliança: “Os EUA ainda são nosso maior aliado. […] Acho que nem sempre concordamos em todos os assuntos, mas acredito que o princípio geral permanece o mesmo. Somos os maiores aliados e devemos permanecer unidos”.


