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Rússia lança bombardeio em Kiev e mira em infraestrutura crítica, deixando mortos e feridos; drones cruzam os céus de Romênia e Moldávia e OTAN mobiliza caças

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Em uma noite marcada pelo contraste entre a violência bélica e tentativas diplomáticas, a Rússia deflagrou um ataque em larga escala contra a Ucrânia. A ofensiva, que combinou mísseis e drones, teve como alvo principal a infraestrutura energética do país e resultou na morte de seis pessoas e 14 feridos na capital, Kiev. As explosões ocorreram simultaneamente ao início de uma nova rodada de negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos em Abu Dhabi.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, confirmou a magnitude do bombardeio, detalhando que as forças russas dispararam um total de 464 drones e 22 mísseis, incluindo quatro do tipo hipersônico Kinzhal. Embora o foco tenha sido Kiev e seus arredores, a agressão transbordou as fronteiras nacionais. Zelenskyy relatou que quatro drones invadiram o espaço aéreo da Moldávia e da Romênia. Em resposta à violação, o Ministério da Defesa romeno mobilizou quatro caças para rastrear as aeronaves não tripuladas durante a manhã, evidenciando o risco de escalada regional do conflito.

O cenário diplomático e a posição de Zelensky

Enquanto as sirenes soavam na Ucrânia, diplomatas se reuniam nos Emirados Árabes Unidos. Relatos indicam que o Secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, viajou para mediar o encontro entre uma delegação russa e uma equipe ucraniana chefiada por Kyrylo Budanov. Diante deste cenário, Zelenskyy enfatizou que a pressão das sanções e o fornecimento de defesa aérea não podem ser interrompidos. Para o líder ucraniano, o Kremlin não deve ter a ilusão de que pode vencer a guerra militarmente enquanto as negociações prosseguem, insistindo que o esforço diplomático conjunto dos parceiros internacionais deve produzir resultados tangíveis.

Devastação civil e crise energética

Os impactos em solo foram severos, ocorrendo em duas ondas de ataques durante a madrugada e a manhã. Além das vítimas fatais nos distritos de Sviatoshynskyi e Dniprovskyi, a infraestrutura civil sofreu danos consideráveis, incluindo um prédio residencial de 22 andares. A operadora de energia Ukrenergo foi forçada a implementar cortes emergenciais em uma rede já debilitada, afetando também o aquecimento na capital. Tymur Tkachenko, da administração militar de Kiev, classificou a ação como um “terrorismo cínico” focado deliberadamente em civis.

Entre os sobreviventes está Liubov Petrivna, de 90 anos, moradora de um dos edifícios atingidos no distrito de Dniprovskyi. Com seu apartamento destruído e coberta por estilhaços, ela expressou à Associated Press um profundo ceticismo quanto aos esforços de paz em Abu Dhabi. Para a idosa, que vivenciou a destruição de tudo o que possuía, as conversas diplomáticas parecem distantes da realidade brutal do conflito, declarando acreditar que a ofensiva russa só cessará com a destruição total da Ucrânia.

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