Rússia lança ataque com centenas de drones na Ucrânia deixa mortos; Zelensky pede apoio aéreo dos EUA; vídeo
A Rússia executou seu maior ataque aéreo desde o início da guerra na Ucrânia, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy afirmando que 741 veículos de ataque aéreo foram utilizados no bombardeio da noite de quarta-feira. A Força Aérea da Ucrânia detalhou que o arsenal russo incluiu 728 drones (entre ataque e iscas) e 13 mísseis, tendo a região de Volyn, no noroeste, e a cidade de Lutsk como alvos principais.
As defesas ucranianas conseguiram abater ou neutralizar 711 drones e sete mísseis, mas impactos foram registrados em pelo menos quatro localidades. Zelenskyy classificou o ataque como “massivo” e o “maior número de alvos aéreos em um único dia”, interpretando-o como um sinal de que o presidente russo, Vladimir Putin, não está interessado em esforços de paz liderados pelos EUA.

Oito civis foram mortos em ataques russos de drones e bombas na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, área devastada pela guerra. A informação foi divulgada pela agência de notícias AFP
Danos generalizados e apelos por sanções
Zelenskyy relatou que houve danos em várias regiões, incluindo Dnipro, Zhytomyr, Kiev, Kirovohrad, Mykolaiv, Sumy, Kharkiv, Khmelnytskyi, Cherkasy e Chernihiv. Ele enfatizou que o ataque ocorre em um momento de intensificação de esforços pela paz, o que, para ele, demonstra que “somente a Rússia continua a repelir todos eles.”
O líder ucraniano reiterou a necessidade de sanções “severas” contra o petróleo russo, que, segundo ele, tem abastecido a máquina de guerra de Moscou por mais de três anos, além de sanções secundárias contra quem compra esse petróleo. “Nossos parceiros sabem como pressionar de uma forma que force a Rússia a pensar em acabar com a guerra, e não em lançar novos ataques”, afirmou Zelenskyy.
Repercussões internacionais e congelamento de ajuda dos EUA
Em resposta ao ataque, a Polônia, país vizinho da Ucrânia, acionou jatos de combate e colocou seus sistemas de defesa aérea em alerta máximo, embora as forças tenham sido retiradas horas depois devido à redução da ameaça.
O Ministério da Defesa russo, por sua vez, confirmou ter atacado “infraestrutura de campos de aviação militares” na Ucrânia, alegando que “todos os alvos designados foram atingidos.” Enquanto isso, a Ucrânia também manteve seus ataques transfronteiriços contra a Rússia, com Moscou reportando ter abatido 86 drones ucranianos durante a noite, incluindo quatro sobre a região de Moscou. Restrições temporárias de voo foram impostas no Aeroporto Sheremetyevo, em Moscou.
Este último bombardeio russo ocorre em meio a uma escalada de ataques aéreos. Junho registrou um recorde mensal de 5.438 drones e 239 mísseis de longo alcance lançados contra a Ucrânia.
Contrariando essa tendência de ataques crescentes, o governo do presidente Donald Trump confirmou na semana passada que congelou o envio de algumas armas de defesa aérea e de precisão que seriam destinadas à Ucrânia, citando preocupações com os estoques americanos. Entre as munições retidas estão mísseis para os sistemas Patriot, cruciais para a defesa de cidades ucranianas. Questionado sobre quem ordenou o congelamento, Trump disse não saber.
Autoridades americanas indicaram que a avaliação de quais armas enviar à Ucrânia está sendo feita por um “gráfico de semáforo”, onde o status “vermelho” indica que o suprimento de uma munição específica está perigosamente baixo. Diante disso, Zelenskyy instruiu seus oficiais de defesa a “intensificar todos os contatos com o lado americano” sobre a questão da ajuda militar contínua, especialmente em relação à defesa aérea, que ele considera “crucial” para a sobrevivência do povo ucraniano.
