Close

Rússia emite alerta severo aos EUA sobre a Venezuela enquanto risco de grave escalada militar aumenta no Caribe

Compartilhe

A Rússia condenou veementemente os Estados Unidos pelo que classificou como “uso de força militar excessiva” no Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico, ao mesmo tempo que reiterou seu apoio irrestrito ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. O Kremlin confirmou no domingo que está monitorando de perto a situação, em meio à escalada das tensões entre Washington e Caracas.

Ações dos EUA acendem alerta

O aumento da retórica entre Moscou e Washington sublinha o crescente atrito geopolítico na América Latina. Os laços da Venezuela com a Rússia e a China têm se fortalecido em resposta ao intensificação das operações militares americanas na região.

As ações de Washington, apresentadas como missões antidrogas, têm provocado a condenação russa e levantado preocupações sobre um potencial novo ponto de tensão que evoca os alinhamentos da Guerra Fria. O recente destacamento naval dos EUA e os ataques aéreos e navais contra embarcações em águas caribenhas geraram apreensão entre governos e observadores internacionais, temendo que a expansão da atividade militar possa desestabilizar a área.

Condenação Russa e apelo ao direito internacional

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, foi enfática ao afirmar que Moscou “condena veementemente o uso excessivo da força militar” pelos Estados Unidos. Ela ressaltou o apoio total da Rússia ao governo venezuelano na defesa da sua soberania e na manutenção da região como uma “zona de paz”.

Zakharova apelou à desescalada e ao respeito pelo direito internacional, citando violações de estruturas jurídicas globais, como a Carta da ONU e a Carta da OEA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acrescentou: “Estamos acompanhando de perto o que está acontecendo na Venezuela. É claro que queremos que tudo permaneça em paz e que não surjam novos conflitos na região.”

Desde setembro, Washington realizou mais de uma dezena de ataques contra embarcações supostamente envolvidas no narcotráfico originário de águas venezuelanas, resultando na morte de pelo menos 61 pessoas. Os EUA não divulgaram provas publicamente, e Maduro rejeitou as acusações, classificando-as como politicamente motivadas.

Venezuela busca assistência militar

As tensões se intensificaram após a notícia, veiculada pelo Washington Post, de que Maduro teria solicitado ao presidente russo, Vladimir Putin, “radares defensivos, reparos em aeronaves e, potencialmente, mísseis”. A reportagem, citando documentos do governo americano, indicou que um pedido semelhante foi feito ao presidente chinês, Xi Jinping, com o objetivo de ampliar a cooperação militar para conter a “escalada entre os EUA e a Venezuela”.

Apesar da escalada retórica e das ações militares, o então presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou a possibilidade de guerra com a Venezuela, mas sugeriu que o tempo de Maduro no poder poderia estar se esgotando, em entrevista ao programa 60 Minutes.

Com a continuidade das operações dos EUA e a busca da Venezuela por laços de defesa mais estreitos com a Rússia e a China, o impasse diplomático e as tensões na região do Caribe e América Latina tendem a se agravar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br