Rússia diz que guerra contra Europa poderia escalar para armas de destruição em massa enquanto OTAN e UE preparam resposta à invasão de drones
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, aliado próximo de Vladimir Putin, elevou o tom das ameaças ao alertar nesta segunda-feira (29) que um eventual conflito entre a Rússia e países europeus poderia facilmente “se transformar em uma guerra com armas de destruição em massa.”
A declaração do atual vice-conselheiro de Segurança de Putin é uma reação direta às acusações recentes de líderes da Europa, que culpam Moscou por uma “onda” de drones militares de origem desconhecida que têm sobrevoado aeroportos e bases do Exército em países-membros da OTAN.
Medvedev minimizou a possibilidade de preocupação russa, afirmando que “A velha e frígida Europa simplesmente não pode se dar ao luxo de uma guerra com a Rússia.”
Onda de drones e acusações de “ataque híbrido”
Países como Polônia, Romênia e Dinamarca — todos membros da OTAN — registraram aeronaves não tripuladas em seu espaço aéreo, levantando suspeitas de uma ofensiva coordenada por Moscou, que é chamada de “ataque híbrido”.
O incidente mais recente ocorreu na Dinamarca na última sexta-feira (26), quando drones foram avistados sobre a maior base militar do país, dias após a Dinamarca anunciar a compra de armas de precisão de longo alcance devido à ameaça russa.
O ministro da Defesa da Alemanha, Alexander Dobrindt, classificou a ameaça como alta e afirmou que o Exército alemão tomará “medidas para se defender”. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou o país como “vítima de ataques híbridos”, apontando diretamente para a Rússia, cujo objetivo seria “semear o medo, criar divisões e nos assustar”.
Apesar das tensões, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou o envolvimento russo na Assembleia Geral da ONU, classificando as acusações como “provocações” e garantindo que “qualquer agressão contra meu país será recebida com uma resposta decisiva.” A Embaixada da Rússia em Copenhague chamou os eventos de “provocação encenada”.
Europa planeja “muro antidrones”
Em resposta à intensificação da ameaça, os ministros da Defesa do leste europeu concordaram que a criação de um “muro antidrones” — um escudo aéreo com capacidades avançadas de rastreamento e interceptação — é agora uma prioridade máxima.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia defendido a necessidade de a Europa “atender ao chamado de nossos amigos bálticos e construir uma muralha de drones.”
O comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius, destacou a urgência de criar um “sistema de detecção eficaz” e construir o “muro antidrones com a Ucrânia,” país onde esses equipamentos têm desempenhado um papel central na guerra contra a Rússia.
A OTAN já anunciou que irá fortalecer a segurança no Mar Báltico, e o projeto do “muro antidrones” será discutido na próxima cúpula de líderes da União Europeia em Copenhague, a partir de quarta-feira (1º).
