Rússia bombardeia Ucrânia com centenas de drones e mísseis deixa mortos e feridos; Zelensky alerta que Moscou pagará caro
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, acusou o Ocidente de “nenhuma reação real” diante da escalada dos bombardeios russos contra a Ucrânia, após um ataque devastador no domingo que resultou na morte de seis pessoas e deixou 18 feridos.
A ofensiva atingiu a cidade de Lviv, no oeste, que é geralmente vista como uma das áreas mais seguras do país. A cidade sofreu seu bombardeio mais grave e prolongado desde o início da invasão em grande escala de Vladimir Putin.
Detalhes do ataque e consequências
Por cinco horas, a Rússia utilizou mísseis e drones Shahed para alvejar Lviv, que fica a cerca de 70 km da fronteira com a Polônia. Fortes explosões foram ouvidas no centro da cidade, uma área classificada como patrimônio mundial da Unesco.
Entre as vítimas fatais estava uma adolescente de 15 anos que morreu junto com três membros de sua família após a destruição de sua casa na vila de Lapaivka, na região de Lviv. Além disso, uma pessoa morreu em Zaporizhzhia quando drones atingiram um prédio residencial.
Em um discurso em vídeo, Zelenskyy enfatizou que a Rússia rejeitou todas as propostas para interromper a guerra. Ele afirmou que a Rússia está deliberadamente tentando destruir a infraestrutura civil – especialmente os sistemas de gás e energia – em uma tática que se repete antes do inverno.
O prefeito de Lviv, Andriy Sadovyi, confirmou que parte da cidade ficou sem eletricidade e grandes incêndios atingiram vários locais, incluindo um parque industrial civil, uma escola, um jardim de infância e uma igreja. O governador regional, Maksym Kozytskyi, chegou a pedir aos moradores que fechassem janelas e usassem máscaras devido à fumaça e aos gases.
Críticas ao Ocidente e apelo por ação
Zelenskyy criticou a ausência de uma “reação digna e forte do mundo” ao aumento da audácia dos ataques, declarando que “É por isso que Putin está fazendo isso: ele está simplesmente rindo do Ocidente, de seu silêncio e da falta de uma ação firme em resposta.”
O presidente ucraniano prometeu que seu país responderia “para que a Rússia sinta as respostas”. Ele também destacou que as armas usadas no ataque de domingo, que incluiu cerca de 500 drones e mais de 50 mísseis, continham componentes de países ocidentais como EUA e Reino Unido, defendendo a necessidade de controles de exportação mais rigorosos.
Ataques similares atingiram várias outras regiões, incluindo Ivano-Frankivsk, Zaporizhzhia, Odesa, Kherson, Sumy, Kharkiv e Chernihiv. Zelenskyy renovou seu apelo aos aliados por ajuda no reforço das defesas aéreas e na imposição de uma zona de exclusão aérea, algo que o Ocidente tem se mostrado reticente em implementar.
A chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, condenou os ataques de Moscou, classificando-os como “terroristas” contra civis e infraestrutura, e afirmou que a UE continuará a apoiar Kiev. Enquanto isso, a Força Aérea Polonesa enviou jatos em uma medida preventiva após a incursão de drones russos no mês anterior, com avistamentos recentes na Alemanha e na Dinamarca.
Vale notar que a cidade de Lviv estava sediando o Lviv BookForum anual, um dos maiores festivais de livros da Europa Oriental, no momento do ataque.
