Rússia ameaça os EUA com ataque nuclear em meio à pressão de Trump sobre a Ucrânia
A rivalidade verbal entre a Rússia e os Estados Unidos atinge um novo patamar. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev e o ex-presidente americano Donald Trump estão trocando farpas em uma crescente guerra de palavras, com Medvedev evocando a ameaça de armas nucleares.
O embate começou após Trump, que descreveu Medvedev como o “ex-presidente fracassado da Rússia”, ameaçar impor sanções a Moscou se o país não concordasse com um cessar-fogo. Em resposta, Medvedev, agora um dos principais aliados de Vladimir Putin, lembrou a Trump que a Rússia possui capacidades de ataque nuclear de último recurso, referindo-se ao lendário sistema soviético “Mão Morta”, projetado para lançar mísseis nucleares em caso de um ataque que eliminasse a liderança do país.
A discussão entre os dois políticos não é nova. Em outra ocasião, Trump já havia alertado Medvedev para “tomar cuidado com o que diz”, acusando-o de usar a “palavra N (nuclear)”. Trump também criticou a Rússia e a Índia, um aliado econômico de Moscou, dizendo que as nações “podem afundar suas economias decadentes juntas”.
Esses comentários de ambos os lados surgem no momento em que o Kremlin admite que a normalização das relações com os EUA “não está avançando rapidamente”, com o porta-voz Dmitry Peskov afirmando que Moscou gostaria de ver mais “movimento” nas negociações para progredir.
Contexto da escalada
Desde o início da invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, Medvedev emergiu como um dos principais opositores do Ocidente no Kremlin. Suas declarações sobre o arsenal nuclear russo, embora feitas em tom de resposta a Trump, refletem uma linha dura que tem se tornado mais comum entre as autoridades de Moscou.
A troca de ameaças, juntamente com a insatisfação russa com a lentidão das negociações, sugere um período de instabilidade nas relações diplomáticas, destacando a complexidade e a delicadeza do cenário geopolítico global.
