Rússia adverte EUA sobre risco de conflito generalizado nas Américas após cerco de Trump à Venezuela
O governo russo manifestou preocupação com o agravamento das tensões diplomáticas envolvendo a Venezuela. Nesta quarta-feira, Alexander Shchetinin, diretor do Departamento da América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, advertiu que a escalada do conflito pode gerar desdobramentos imprevisíveis para toda a região.
Durante uma cerimônia em homenagem a Simón Bolívar, em Moscou, Shchetinin fez um apelo para que os atores envolvidos evitem erros estratégicos. “Esperamos que os responsáveis pela atual tensão consigam conter o agravamento da situação”, declarou o diplomata.
A advertência russa surge após o presidente dos EUA, Donald Trump, determinar um bloqueio total a petroleiros que operam com a Venezuela. Além da restrição naval, a Casa Branca classificou o governo venezuelano como uma “organização terrorista”.
Trump justificou as medidas alegando que Caracas utiliza recursos do petróleo para financiar atividades ilícitas, como narcotráfico e tráfico humano. Segundo o republicano, o governo de Nicolás Maduro teria se apropriado de bens e recursos que pertencem aos Estados Unidos e devem ser “devolvidos imediatamente”.
Caracas denuncia tentativa de “roubo de riquezas”
Em resposta, o governo venezuelano refutou as acusações e classificou as medidas como uma tentativa “irracional” de impor um bloqueio militar. De acordo com o palácio de Miraflores, o real objetivo de Washington é o controle das reservas minerais e petrolíferas do país.
Nicolás Maduro negou qualquer envolvimento com o narcotráfico, rotulando as alegações norte-americanas como fake news. Para o líder venezuelano, os EUA utilizam pretextos morais para mascarar uma campanha de manipulação que visa o confisco de patrimônio soberano da Venezuela.


