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Putin comunica a Trump que os planos de guerra na Ucrânia permanecem inalterados

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Em um telefonema de uma hora na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, deixou claro ao seu homólogo americano, Donald Trump, que Moscou não desistirá de seu objetivo de eliminar as “causas raiz” da guerra na Ucrânia. A declaração, confirmada pelo assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, reafirma a posição russa de que a invasão de 2022 foi necessária para impedir a entrada da Ucrânia na OTAN e o uso do país como base para atacar a Rússia – argumentos que Kiev e seus aliados refutam, mas que Trump apoia em parte.

Apesar da postura firme, Putin também expressou “prontidão para buscar uma solução política e negociada para o conflito”, segundo Ushakov. O telefonema, o sexto desde que Trump assumiu seu segundo mandato em janeiro, ocorreu um dia após o Pentágono anunciar a suspensão de algumas entregas de armas à Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea e artilharia guiada de precisão, originalmente prometidas pelo governo Joe Biden. Essa pausa coincide com a intensificação dos ataques russos na Ucrânia.

De acordo com o Kremlin, a interrupção das entregas de armas não foi discutida pelos líderes, embora Trump tenha levantado a questão de um rápido fim da guerra. Embora um encontro presencial não tenha sido pautado, Putin e Trump concordaram em manter as conversas.

Mediação de Trump e a Posição Russa

Apesar das tentativas de Trump de mediar o conflito na Ucrânia, pouco progresso foi feito. Putin tem rejeitado a proposta de Washington para um cessar-fogo incondicional, e o comunicado do Kremlin não indica qualquer mudança em sua posição. A Ucrânia, por sua vez, tem apoiado a proposta de cessar-fogo.

Há indícios de que Moscou está buscando evitar um formato trilateral para as negociações de paz, com relatos de que diplomatas russos pediram a diplomatas americanos que se retirassem de uma reunião em Istambul no início de junho.

A última conversa entre Putin e Trump havia sido em meados de junho, quando Putin se ofereceu para mediar a recente guerra entre Irã e Israel. Na ocasião, Trump desviou o foco para a Ucrânia, dizendo: “Não, eu não preciso de ajuda com o Irã. Preciso de ajuda com você.” Durante o telefonema desta quinta-feira, Putin enfatizou a necessidade de resolver todas as “disputas, desacordos e situações de conflito” relacionadas ao Irã por meios diplomáticos. Os EUA, no mês passado, bombardearam três instalações nucleares iranianas, uma ação condenada por Moscou como não provocada e ilegal.

Reações na Ucrânia e Preocupações com a OTAN

Em meio às dúvidas sobre a ajuda militar dos EUA, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, se reuniu com líderes da União Europeia na Dinamarca, ressaltando a necessidade de “fortalecer nossa cooperação e coordenação por meio da UE, da OTAN e também em nossas relações diretas”. Trump tem efetivamente rejeitado as tentativas da Ucrânia de se juntar à aliança militar da OTAN.

Zelenskyy disse a repórteres que espera conversar com Trump já na sexta-feira sobre a pausa nos envios de armas, evidenciando a urgência da situação para Kiev.

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