Rússia está pronta para ajudar o Irã, após ataques dos EUA contra alvos nucleares em Teerã
O Kremlin alertou que o destino das instalações nucleares do Irã e o potencial risco de radiação após os ataques militares dos EUA “ainda precisam ser determinados”. A Rússia vê a situação como um motivo de grande preocupação, com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacando o aumento de atores no conflito e a “nova espiral de escalada” em andamento.
Putin condena ataques e Rússia oferece apoio
Moscou reiterou sua disposição em ajudar o Irã, mas enfatizou que qualquer ação dependerá de solicitações específicas de Teerã. Embora os dois países tenham assinado um tratado de cooperação estratégica em janeiro, este não inclui uma cláusula de defesa mútua.
Em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, em Moscou, o presidente russo Vladimir Putin condenou os ataques como “absolutamente não provocados e injustificados”. Ele garantiu a Araqchi que a Rússia está “se esforçando para ajudar o povo iraniano”. Araqchi, por sua vez, agradeceu a condenação da Rússia, afirmando que Teerã agiu em legítima defesa e que a Rússia está “do lado certo da história e do direito internacional”.
Diálogo com os EUA em “Trilhos Separados”
Questionado se o Irã havia comunicado suas expectativas, Peskov indicou que o ministro das Relações Exteriores iraniano poderia “compartilhar as propostas de Teerã” durante sua visita a Moscou.
Apesar da escalada no Irã, o Kremlin afirmou que as negociações com os Estados Unidos sobre o Irã, a Ucrânia e os laços bilaterais estão sendo conduzidas em “trilhos separados”. No entanto, não há planos imediatos para uma conversa entre Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump. Peskov confirmou que, embora o Irã tenha sido discutido em conversas presidenciais recentes, não houve “informações detalhadas [de Trump] sobre os ataques planejados”. Ele ressaltou que Moscou permanece aberta a organizar um telefonema de alto nível rapidamente, se necessário, já que os canais de comunicação com os Estados Unidos permanecem abertos.
A Rússia, que já havia alertado que a intervenção militar dos EUA poderia desestabilizar a região, agora se posiciona como mediador e aliado estratégico de Teerã, enquanto acompanha as consequências da mais recente ação de Washington no Oriente Médio.
