Polônia abate dezenas de drones russos que violaram seu espaço aéreo; temores de escalada perigosa crescem na Europa; vídeos
A Polônia relatou ter abatido drones russos que violaram seu espaço aéreo durante um ataque aéreo em larga escala da Rússia contra a Ucrânia. Este incidente foi classificado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como um “precedente extremamente perigoso para a Europa”.
Na noite de terça-feira, as defesas aéreas polonesas foram acionadas devido a uma “violação sem precedentes do espaço aéreo polonês por objetos do tipo drone”. Autoridades europeias e norte-americanas expressaram preocupação, pois este parece ser o primeiro caso em que um país membro da OTAN interagiu diretamente com ativos russos em seu próprio território desde o início da guerra.
Embora drones e mísseis russos já tenham violado o espaço aéreo polonês e de outros membros da OTAN anteriormente, este último evento intensificou as preocupações sobre se a Rússia estaria testando a determinação da aliança, o que poderia levar a uma escalada do conflito.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que o espaço aéreo do país foi violado por um grande número de drones russos e que aqueles que representavam uma ameaça direta foram neutralizados. Aeronaves polonesas e da OTAN, incluindo caças F-35 holandeses, foram despachadas para a operação, e a busca por destroços continua. O espaço aéreo sobre o Aeroporto Internacional Chopin, em Varsóvia, foi temporariamente fechado.

Tanto a Ucrânia quanto seus aliados manifestaram apreensão com a possibilidade de o presidente russo, Vladimir Putin, intensificar a guerra. Zelensky destacou que a Rússia “sempre ultrapassa os limites do que é possível”, e que a falta de uma reação forte por parte da comunidade internacional pode levar a novos níveis de escalada. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, criticou o que chamou de “sentimento de impunidade de Putin”, argumentando que ele não foi devidamente punido por crimes anteriores.

O representante dos EUA, Joe Wilson, pediu sanções mais severas contra a Rússia e maior apoio militar à Ucrânia, descrevendo o incidente como um “ato de guerra”. A alta representante da UE para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, classificou a violação como a mais grave do espaço aéreo europeu pela Rússia desde o início da guerra, com indícios de que foi intencional.
A Rússia ainda não comentou o ocorrido. No entanto, o incidente levanta questões sobre as intenções do Kremlin em testar a resposta da OTAN, especialmente considerando o Artigo 5 da aliança, que define um ataque a um membro como um ataque a todos. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, teria solicitado a invocação do Artigo 4 da OTAN, que permite que os estados-membros abordem questões de segurança em seus órgãos executivos.
A forma como o Ocidente responderá a esses ataques será crucial para determinar se a Rússia se sentirá encorajada a intensificar incursões em território da OTAN.
