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Polícia italiana em busca de pistas sobre o paradeiro da deputada Carla Zambelli

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A polícia italiana segue empenhada na localização e prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que é considerada foragida da Justiça brasileira desde o final de maio. Conforme informações do embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, as autoridades italianas receberam uma denúncia de que a parlamentar teria alugado um apartamento nos arredores de Roma, mas ninguém foi encontrado no local.

“Não se sabe se ela alugou, mas não usou o apartamento. Há indícios, e os policiais vão atrás deles. A polícia italiana está numa fase de investigação para saber como ela tem circulado aqui na Itália”, explicou o embaixador.

Além da capital, os policiais italianos também investigam a possibilidade de Zambelli estar escondida na região de Nápoles. A busca é facilitada pelo mandado de prisão emitido pela Interpol e homologado pela justiça italiana, que permite a detenção da deputada a qualquer momento.

Contudo, Mosca esclareceu que a decisão judicial não inclui um mandado de busca, que autorizaria a entrada em domicílios. “O que acontece é que eles monitoram a foragida, mas não se pode entrar numa casa ou mesmo num hotel”, detalhou.

Processo de extradição em andamento

A Embaixada do Brasil na Itália já formalizou o pedido de extradição da deputada, que agora está sob análise da justiça italiana. O embaixador Renato Mosca aguarda a prisão de Zambelli para dar prosseguimento ao processo.

“A embaixada fez a sua parte do ponto de vista da solicitação oficial de extradição do governo brasileiro. Eu fui ao Ministério de Negócios Estrangeiros e apresentei, formalmente, o pedido. O Ministério já entregou ao Ministério da Justiça, que encaminha agora à justiça italiana. Ela que vai analisar o processo e verificar as razões de a parlamentar ter sido condenada no Brasil”, afirmou Mosca.

Apesar do processo de extradição, Carla Zambelli terá amplo direito de defesa perante a justiça italiana, podendo inclusive recorrer de decisões desfavoráveis. Após a conclusão do processo judicial na Itália, a decisão final sobre a extradição caberá ao Ministério da Justiça italiano.

Mosca expressou confiança de que a justiça italiana reconhecerá Zambelli como condenada por um crime comum, e que o governo italiano acolherá o pedido de extradição, reforçando a cooperação bilateral entre os países. Ele citou a recente extradição de dois importantes mafiosos para a Itália, Vicenzo Pasquino e Rocco Morabito, como um precedente consistente.

No início do mês, o nome de Carla Zambelli foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, a pedido da Polícia Federal e por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).1 A medida foi tomada após a deputada deixar o Brasil dias depois de ser condenada a 10 anos de prisão.

A condenação de Zambelli se deu pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão fraudulento contra o próprio ministro Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

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