Plano de paz de Trump para Gaza é aprovado na ONU, mas Netanyahu rejeita caminho para Estado Palestino
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por 13 votos a 0 (com abstenções da Rússia e China) o plano de paz para Gaza proposto pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. A votação bem-sucedida, que visa reforçar o frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas, recebeu forte apoio de Israel.
O gabinete do Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado na terça-feira aplaudindo a liderança de Trump, afirmando que ele “ajudaria a conduzir a região à paz e à prosperidade”.
Israel, porém, fez exigências claras alertou que, em cooperação com os EUA, espera receber “todos os reféns falecidos sem demora”, conforme acordado no plano de paz. O comunicado acrescentou que Israel planeja “iniciar o processo de desarmamento e desmilitarização da Faixa de Gaza e acabar com o domínio do Hamas”. Netanyahu afirmou que o plano de Trump, ao insistir na desmilitarização e desradicalização, levará a uma “maior integração de Israel e dos seus vizinhos” e à expansão dos Acordos de Abraão.
Detalhes do plano e suporte internacional
- O plano de cessar-fogo de 20 pontos de Trump, endossado pela resolução, estabelece duas estruturas principais até o final de 2027:
- Conselho de Paz: Um novo conselho de transição, que será presidido por Trump, para orientar o processo.
- Força Multinacional: Uma força multinacional de estabilização autorizada a usar todas as medidas necessárias (autorizando o uso de força militar) para supervisionar as fronteiras, garantir a segurança e guiar a desmilitarização de Gaza e o desmantelamento de grupos armados.
O apoio de nações árabes e muçulmanas como Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita foi crucial, especialmente porque muitos desses governos estão avaliando contribuir com tropas para a força internacional.
A questão da autodeterminação Palestina
Para garantir a aprovação, o texto final da resolução incorporou uma linguagem mais incisiva sobre a autodeterminação palestina, algo exigido pelos estados árabes.
O texto estabelece que, após reformas pela Autoridade Palestina e a reconstrução de Gaza, as condições poderão estar reunidas para um “caminho credível rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestino”. Ironicamente, esta formulação gerou fortes críticas do Primeiro-Ministro Netanyahu, que já havia prometido se opor a qualquer movimento em direção a um Estado palestino.
A resolução prevê que as forças israelenses se retirem gradualmente de Gaza à medida que a estabilidade melhorar, seguindo cronogramas acordados entre Israel, a força de estabilização e os Estados Unidos. O embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, classificou a resolução como “histórica e construtiva”.


