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Plano de paz de Trump para Gaza avança com troca de listas de prisioneiros

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Negociações cruciais para um acordo de cessar-fogo em Gaza ganharam impulso nesta quarta-feira, com a presença de altos funcionários de Israel, Hamas, EUA e mediadores árabes no Egito. O clima nas discussões sobre o plano de 20 pontos proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é de “otimismo”, segundo o Hamas.

O plano visa encerrar a guerra de dois anos, garantir a libertação dos 48 reféns detidos em Gaza, desarmar o Hamas e transferir o controle do território para uma força internacional, enquanto Israel retira suas tropas.

Os Detalhes das negociações e os Impasses

O porta-voz do Hamas, Taher al-Nunu, confirmou que as partes trocaram listas de prisioneiros a serem libertados em troca dos reféns, sinalizando progresso. Ele ressaltou que “um espírito de otimismo prevalece” e que os mediadores estão trabalhando para superar os obstáculos.

Apesar do otimismo, velhos impasses persistem. Os principais pontos de discórdia incluem:

  • Desarmamento do Hamas: O grupo terrorista recusa-se a entregar as armas antes da criação de um Estado palestino.
  • Retirada de Israel: O mecanismo e o cronograma para a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
  • Troca de Prisioneiros: O Hamas estaria buscando a libertação de terroristas palestinos de alto perfil e a devolução dos corpos dos irmãos Yahya e Muhammad Sinwar.

Mobilização de Lideranças Internacionais

O avanço das conversas foi marcado pela chegada de figuras importantes à cidade egípcia de Sharm el-Sheikh:

  • Os arquitetos do plano Trump, Steve Witkoff e Jared Kushner, dos EUA.
  • Líderes do Hamas, Taher al-Nunu e Khalil al-Hayya.
  • O ministro israelense Ron Dermer, confidente do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu.
  • O Primeiro-Ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani (mediador).
  • O chefe de inteligência da Turquia, Ibrahim Kalin, que, a pedido de Trump, está pressionando o Hamas a aceitar o acordo.

O presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sissi, expressou otimismo “muito encorajador” e convidou Trump a assinar o acordo pessoalmente no Egito.

Implicações Regionais e a questão da paz árabe-irsaelense

O Ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, afirmou que outros países árabes assinarão acordos de paz com Israel caso a guerra em Gaza termine. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, destacou que o Hamas demonstrou estar “pronto para a paz e as negociações”.

Apesar dos sinais positivos, o Catar, um dos mediadores, pediu “fortes garantias internacionais por escrito” para garantir que Israel cumpra suas obrigações, alertando que “o diabo está nos detalhes”.

Os EUA buscam focar inicialmente na suspensão dos combates e na troca de reféns/prisioneiros, enquanto o plano de Trump, que prevê um organismo internacional para administrar Gaza, esbarra na recusa de Netanyahu em aceitar a criação de um Estado palestino independente.

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