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Plano de paz de Trump avança: ONU recebe projeto de resolução para estabilizar Gaza e remodelar o Oriente Médio

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Autoridades americanas, em coordenação com o acordo mediado pelo-presidente Donald Trump, divulgaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU que visa a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) para ser implantada na Faixa de Gaza por um período mínimo de dois anos. A informação, inicialmente veiculada pela Axios e confirmada pela mídia israelense, sinaliza um avanço significativo no histórico acordo que busca pôr fim à devastadora guerra em Gaza e potencialmente reconfigurar o panorama do Oriente Médio.

O consenso para o estabelecimento da ISF emerge de um acordo mais amplo entre Israel, o Hamas e países árabes, refletindo um impulso diplomático para transformar o cessar-fogo em uma estabilidade duradoura.

Missão e estrutura da força

A minuta do projeto detalha um mandato com foco em segurança e transição de poder local. Segundo o Axios, a Força Internacional de Segurança (ISF) seria primariamente uma “força de aplicação da lei e não uma força de manutenção da paz”, um detalhe crucial que sugere um papel mais ativo e potencialmente confrontador.

As responsabilidades centrais da ISF incluiriam:

  • Segurança de Fronteiras: Garantir a segurança das fronteiras de Gaza com Israel e Egito.
  • Proteção Humanitária: Proteger civis e assegurar a operação de corredores humanitários essenciais.
  • Capacitação Local: Treinar e atuar em parceria com uma nova força policial palestina.
  • A força seria estabelecida em consulta com um “Conselho para a Paz”, que será presidido pelo próprio Donald Trump.

Ponto de tensão: a desmilitarização

Um dos maiores obstáculos a serem superados é a exigência central de Israel. Conforme noticiado pelo Jerusalem Post, o mandato da força prevê a desmilitarização completa da Faixa de Gaza. Esta é uma demanda crucial para Israel, mas sobre a qual o Hamas ainda não demonstrou concordância clara.

A natureza da desmilitarização é motivo de intenso debate. Bishara Bahbah, chefe do Comitê Árabe-Americano pela Paz, afirmou ao jornal árabe Asharq Al-Awsat que altos funcionários estariam abertos à possibilidade de o Hamas entregar apenas armas pesadas, permitindo que mantenham armas leves para fins de segurança interna. Esta indefinição sobre a entrega de armas levanta a possibilidade de futuros confrontos envolvendo a própria força internacional, um cenário para o qual a sua prontidão ainda não está clara.

Conclusão das primeiras etapas do Acordo

O avanço na proposta da Força Internacional acontece enquanto as primeiras etapas do acordo mediado por Trump se aproximam da conclusão. Em um sinal de progresso, Israel entregou os corpos de 45 palestinos na segunda-feira, após militantes terem devolvido, no dia anterior, os restos mortais de três reféns israelenses capturados no ataque de 7 de outubro de 2023.

Desafios diplomáticos e posicionamentos

Apesar do ímpeto, o governo Trump enfrenta um desafio diplomático considerável. Serão necessárias extensas discussões sobre o mandato e os termos operacionais da ISF para que os membros do Conselho de Segurança cheguem a um consenso.

O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, ressaltou que os países que poderiam fornecer tropas “decidirão se enviarão ou não tropas com base no conteúdo da definição na resolução esperada do Conselho de Segurança da ONU”.

De acordo com Amichai Stein, do i24, altos funcionários israelenses veem o projeto de resolução como favorável, pois ele “se inclina para as suas demandas”. Por outro lado, Bahbah enfatiza o compromisso de Washington, garantindo que “Washington não permitirá que este acordo fracasse, independentemente das objeções israelenses”.

O avanço na criação da ISF é um passo concreto para sustentar o acordo em meio às tensões contínuas e aos ataques israelenses contra o que consideram ameaças às suas forças, mantendo o foco na estabilização de Gaza.

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