Planeta Y: astrônomos encontram evidências de um mundo oculto do tamanho da Terra, mais perto que o planeta nove
A busca por um nono planeta no Sistema Solar ganhou um novo e intrigante capítulo. Astrônomos teorizam ter encontrado evidências de um planeta até então desconhecido, apelidado de “Planeta Y”, que seria aproximadamente do tamanho da Terra e estaria “espreitando” nas regiões não muito distantes do Cinturão de Kuiper.
A descoberta, publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, sugere que o Planeta Y poderia coexistir com o já famoso Planeta Nove (também conhecido como Planeta X), teorizado desde 2016, elevando o potencial de planetas da nossa vizinhança cósmica para dez, se ambos forem confirmados.
O Que Leva à teoria do planeta Y?
A equipe de pesquisadores chegou à conclusão após analisar as trajetórias de 50 objetos do Cinturão de Kuiper (KBOs) – o disco de corpos celestes além de Netuno. Eles notaram que esses objetos estavam inclinados em cerca de 15 graus em comparação com o plano orbital dos oito planetas conhecidos.
“Começamos a tentar encontrar explicações além de um planeta que pudessem explicar a inclinação, mas o que descobrimos é que, na verdade, é necessário um planeta ali,” afirmou Amir Siraj, astrofísico da Universidade de Princeton e principal autor do estudo. Ele ressaltou, no entanto, que o artigo “não é a descoberta de um planeta, mas é certamente a descoberta de um quebra-cabeça para o qual um planeta é uma solução provável.”
Planeta Y vs. planeta X: as diferenças
O Planeta Y se distingue do Planeta X (proposto por Mike Brown e Konstantin Batygin em 2016) em aspectos cruciais:
| Característica | Planeta Y (Teoria de Siraj) | Planeta X (Teoria de Caltech) |
| Massa Estimada | Entre a de Mercúrio e a da Terra (provavelmente rochoso) | Até 10 vezes a massa da Terra (provavelmente gigante gasoso) |
| Distância do Sol | Entre 100 e 200 vezes a distância Terra-Sol (mais próximo) | Pelo menos 400 vezes a distância Terra-Sol (mais distante) |
A existência potencial do Planeta Y, mais próximo e com massa menor, não descarta a possibilidade de o Planeta X, maior e mais distante, também existir.
Ceticismo e a busca pela prova

Apesar do entusiasmo dos pesquisadores, a comunidade científica se mantém cautelosa. Samantha Lawler, astrônoma da Universidade de Regina, criticou as descobertas como “não definitivas”, devido ao pequeno número de KBOs analisados.
A chave para provar a existência do Planeta Y ou do Planeta X reside na observação direta. Essa prova poderá vir nos próximos anos, graças ao recém-inaugurado Observatório Vera C. Rubin, no Chile, que utilizará a maior câmera digital do mundo para mapear o céu noturno.
Os pesquisadores do Planeta Y estão otimistas: “Acredito que dentro dos primeiros dois a três anos [da missão do observatório], a descoberta será definitiva,” disse Siraj. “Se o Planeta Y estiver no campo de visão do telescópio, ele poderá encontrá-lo diretamente.”
Caso contrário, se nenhum dos mundos hipotéticos for avistado nesse prazo, ambas as teorias poderão ser descartadas, e a busca pelo misterioso “décimo” planeta voltará à estaca zero.


