Pix entra na mira das autoridades americanas a pedido de Trump
Os Estados Unidos abriram um processo contra o Brasil, liderado pelo governo de Donald Trump, para investigar as políticas brasileiras de comércio digital e pagamento eletrônico. Embora o documento oficial não mencione explicitamente o Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central, a descrição se encaixa perfeitamente, já que é a única ferramenta governamental com essa finalidade no Brasil.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) alega que o Brasil está adotando “práticas desleais”, favorecendo seus próprios serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo. O USTR expressa preocupação de que essas ações possam “prejudicar a competitividade das empresas americanas” que operam no setor de comércio digital e pagamentos eletrônicos.
Histórico e contexto
Essa não é a primeira vez que os serviços de pagamento eletrônico no Brasil são alvo de questionamento. Em junho de 2020, antes mesmo do lançamento do Pix, o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função de pagamentos e transferências do WhatsApp no Brasil. Na ocasião, o BC buscava avaliar riscos e garantir a segurança do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), enquanto o Cade via potenciais riscos à concorrência.
Em 2023, com o Pix já consolidado, o Banco Central autorizou o WhatsApp a retomar a função de pagamentos, mas agora com cartões de crédito, débito e pré-pago. No entanto, em dezembro do ano passado, o próprio WhatsApp — que é uma empresa americana da Meta — descontinuou a função de pagamento pessoa a pessoa com cartão de débito no aplicativo no Brasil.
