Pentágono alerta: guerra na Ucrânia pode se intensificar para um confronto militar entre EUA e Rússia
O Pentágono emitiu um alerta preocupante sobre a Guerra na Ucrânia, levantando a possibilidade de o conflito se intensificar para um confronto militar direto entre os Estados Unidos e a Rússia. A declaração foi feita pelo general Gregory Guillot, comandante do Comando Norte dos EUA (USNORTHCOM) e do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), durante um depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA.
Em seu comunicado escrito aos legisladores americanos, Guillot enfatizou que, mais de três anos após o início da invasão russa em grande escala, existem “vários caminhos plausíveis” pelos quais a guerra poderia evoluir para um conflito militar direto envolvendo os Estados Unidos.
O risco de escalada tem sido uma preocupação constante desde que Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, especialmente diante das repetidas ameaças nucleares proferidas por Moscou.
Além da Ucrânia, o general Guillot também mencionou outros potenciais adversários, como Irã e Coreia do Norte. Ele ressaltou os desafios de segurança e defesa que se apresentam ao governo americano, em um momento em que se busca tanto uma resolução para a guerra na Ucrânia quanto a contenção de nações que buscam desafiar o poder militar dos EUA no futuro.
Durante sua apresentação aos parlamentares na terça-feira, Guillot reiterou em sua declaração escrita que a probabilidade de um conflito direto entre os EUA e seus principais rivais está em ascensão.
O documento detalhou que, embora China, Rússia, Coreia do Norte e Irã possam preferir evitar confrontos armados diretos com os EUA, eles podem ser tentados a explorar o que percebem como um declínio da influência ocidental para desafiar a supremacia americana, o que poderia levar a erros de cálculo perigosos.
Especificamente sobre a Ucrânia, Guillot alertou que, no quarto ano da invasão russa, diversas circunstâncias poderiam levar a um envolvimento militar direto dos Estados Unidos no conflito.
O general americano também abordou outros focos de tensão global que poderiam arrastar os EUA para conflitos, como a guerra no Oriente Médio, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023. Segundo ele, esse conflito representa um risco de envolvimento direto dos EUA com o Irã e seus aliados na região.
Guillot também destacou as tensões persistentes no Estreito de Taiwan e no Mar da China Meridional, que carregam um “risco constante de escalada” para um conflito armado entre China e Estados Unidos, com “consequências que podem durar uma geração”.
Ele observou que a cooperação estratégica entre os quatro principais adversários dos EUA tem se intensificado significativamente desde o início da Guerra da Ucrânia, aumentando o perigo de que um conflito com um deles possa rapidamente se expandir para uma guerra envolvendo uma coalizão inimiga.
Em suas palavras diretas, o general Gregory Guillot afirmou: “À medida que a invasão brutal e equivocada da Ucrânia pela Rússia entra em seu quarto ano, ainda há vários caminhos plausíveis pelos quais a guerra pode se transformar em um conflito militar direto com os Estados Unidos.”
A declaração de Guillot ganhou destaque na mídia russa em um momento de expectativa em relação a possíveis negociações para encerrar a guerra na Ucrânia, cujo presidente Volodymr Zelensky disse que estaria na Turquia na quinta-feira, pronto para conversas diretas com Putin, que não se comprometeu a comparecer.
