Parlamento Russo aprova tratado para aprofundar laços militares com o Irã por duas décadas
A câmara baixa do parlamento russo votou na terça-feira para ratificar um tratado para aprofundar os laços políticos, militares e econômicos com o Irã, à medida que Moscou se aproxima de seu principal aliado.
A votação de terça-feira ocorre em um momento de grande tensão entre o Irã e o Ocidente e enquanto a Rússia pressiona por uma reaproximação com Washington, apesar de sua ofensiva contra a Ucrânia.
Em meio ao aprofundamento da cooperação militar nos últimos três anos, o Irã foi acusado por Kiev e pelo Ocidente de fornecer armas, incluindo drones autodetonantes “Shahed”, à Rússia para sua campanha contra a Ucrânia.
No tratado, os lados concordaram em ajudar um ao outro a combater “ameaças de segurança” comuns, mas não chega a ser um pacto de defesa mútua como o assinado entre a Rússia e a Coreia do Norte no ano passado.
“A assinatura do tratado não significa o estabelecimento de uma aliança militar com o Irã ou assistência militar mútua”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Rudenko, em um discurso à Duma Estatal.
Em vez disso, o tratado afirma que se qualquer um dos lados for submetido a agressão, o outro não fornecerá “assistência ao agressor”.
O acordo abrangente de parceria estratégica foi assinado pelos presidentes Vladimir Putin e Masoud Pezeshkian em janeiro, sendo necessárias votações no parlamento de Moscou antes que ele possa entrar em vigor.
Putin na época chamou-o de “documento inovador”, enquanto Pezeshkian disse que “abriria um novo capítulo nas relações entre o Irã e a Rússia em todos os campos”.
Moscou pediu cautela sobre a escalada das tensões entre o Irã e os Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump pareceu ameaçar bombardear o Irã se o país não se sentasse à mesa de negociações para limitar seu programa nuclear.
Trump disse que conversas diretas com o Irã ocorreriam neste sábado sobre o assunto.
A Rússia estreitou laços com vários adversários do Ocidente — incluindo a Coreia do Norte e a China — desde que lançou sua ofensiva na Ucrânia.
A Rússia assinou um tratado de parceria estratégica no ano passado com Pyongyang que descreve uma possível assistência militar mútua em caso de ataque e cooperação diante das sanções ocidentais.
