Paraná atingido por três tornados: vento de 330 km/h em Rio Bonito do Iguaçu confirma fenômeno extremo
O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta segunda-feira (10) que três tornados atingiram a região central do estado na última sexta-feira (7), causando destruição e mortes.
O fenômeno mais severo atingiu Rio Bonito do Iguaçu, onde cerca de 90% dos imóveis foram destruídos. O tornado, inicialmente medido com ventos de até 250 km/h, foi reclassificado após análises técnicas para a categoria F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h.
Outras duas cidades, Guarapuava (a 130 km de Rio Bonito do Iguaçu) e Turvo (a 166 km), também registraram a ocorrência de tornados, ambos classificados como F2. Em Guarapuava, os ventos atingiram cerca de 250 km/h (na região de Entre Rios), e em Turvo, aproximadamente 200 km/h.
Vítimas e danos
Seis pessoas morreram em decorrência das tempestades: cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava. O Governo do Estado informou que pelo menos 750 pessoas ficaram feridas, com 22 pacientes ainda internados nesta segunda (10).
O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, descreveu o cenário em Rio Bonito do Iguaçu, município com cerca de 14 mil habitantes, como “de guerra”.
Apoio à reconstrução
O município de Rio Bonito do Iguaçu será reconstruído com o apoio do Governo Estadual, que destinará R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap). Um projeto de lei aprovado em caráter de urgência prevê o repasse direto de até R$ 50 mil por residência às famílias afetadas.
O Enem, que seria aplicado neste domingo (9), foi adiado na cidade, e o INSS autorizou a antecipação da renda mensal para beneficiários assistenciais locais.
Detalhes da análise
O Simepar explicou que as condições atmosféricas de sexta-feira — com forte calor, umidade e mudanças na direção dos ventos — foram ideais para a formação de tempestades severas. A confirmação dos tornados se deu após técnicos do órgão combinarem dados de radares, vídeos, sobrevoos e vistorias em solo, em um trabalho que segue analisando outras ocorrências suspeitas.


