OTAN redobra alerta e exige milhares de novas tropas de membros em preparação para eventual guerra com a Rússia
A OTAN está elevando significativamente suas demandas por tropas aos países-membros, em um movimento que sinaliza uma preparação intensificada para um possível conflito com a Rússia. Um novo relatório indica que a aliança aumentará sua meta de contribuição militar em até 50%, antes de decisões cruciais sobre as defesas coletivas.
A meta atual de cerca de 80 brigadas, fornecidas pelos 32 aliados, deve saltar para entre 120 e 130 brigadas. Em termos práticos, cada brigada pode chegar a 5.000 soldados, o que significa a adição de dezenas de milhares de militares ao contingente da OTAN.
Na próxima semana, por exemplo, a Alemanha será solicitada a fornecer sete brigadas adicionais, totalizando cerca de 40.000 soldados, para reforçar as capacidades de defesa da aliança, segundo fontes familiarizadas com as discussões.
Ameaça Russa e Desafios da OTAN
Oficiais da OTAN têm alertado crescentemente sobre a ameaça que a Rússia representará nos próximos anos, especialmente se um possível cessar-fogo na Ucrânia liberar centenas de milhares de soldados russos das linhas de frente. Avaliações de inteligência, como a da Dinamarca, sugerem que a Rússia poderia estar pronta para uma “guerra em larga escala” contra a OTAN em até cinco anos, ou até mesmo lançar ataques limitados em território da aliança em apenas seis meses após o fim do conflito na Ucrânia.
O General Sir Roly Walker, chefe do Exército Britânico, reforçou a urgência nesta quarta-feira, afirmando que “a ameaça é real” e que um “senso de urgência” é necessário para “responder às ameaças que enfrentamos”.
Apesar dos alertas, há dúvidas sobre a capacidade dos membros da OTAN de recrutar e equipar rapidamente as tropas necessárias. Após o fim da Guerra Fria, muitos exércitos europeus reduziram seus efetivos e estoques, com o Exército Britânico, por exemplo, em seu menor tamanho em séculos. Militares e analistas apontam que países como o Reino Unido focaram em guerras de contrainsurgência, em vez de se prepararem para um conflito em larga escala com a Rússia.
Ainda que os membros europeus da OTAN tenham se comprometido a aumentar os gastos com defesa após críticas do governo Trump, os EUA historicamente forneceram grande parte dos recursos mais caros da Europa, como logística e reconhecimento.
Ministros da Defesa da aliança se reunirão em Bruxelas em 5 de junho, e a principal cúpula da OTAN ocorrerá em Haia, Holanda, no final de junho, com a presença do presidente Donald Trump.
