Oposição vibra com a nomeação de Marco Rubio para intermediar sanções EUA-Brasil
A indicação do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pelo presidente Donald Trump para conduzir as negociações sobre as sanções aplicadas pela Casa Branca ao Brasil, gerou celebração entre os aliados de Jair Bolsonaro nas redes sociais. A escolha, anunciada após um telefonema entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (6), foi interpretada pela oposição como uma vitória.
Pelo acordo, Rubio entrará em contato direto com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Apesar disso, Lula e Trump também trocaram contatos telefônicos.
A oposição minimizou a aproximação entre os líderes e destacou o histórico de críticas de Rubio ao governo brasileiro e o que ele já chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Bolsonaro — em referência ao seu julgamento e condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou essas declarações nas redes, argumentando: “A esquerda sabe que não foi uma vitória. Mas para seu público de fanáticos, eles tentarão emplacar as suas narrativas fantasiosas.” O líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a indicação como uma derrota para Lula. “Trump fez uma jogada de craque. Deixou Marco Rubio, o secretário mais ideológico, para seguir as negociações das tarifas. Um recado direto ao Planalto,” afirmou.
Governo minimiza preocupação e reforça otimismo
Em contrapartida, membros do governo minimizaram a preocupação com o histórico de Rubio, afirmando que sua indicação não será um obstáculo. Eles reforçam a boa vontade demonstrada por ambos os presidentes em negociar tanto as tarifas aplicadas ao Brasil quanto as sanções contra autoridades.
No Palácio do Planalto, o clima é de animação, com interlocutores garantindo que o telefonema foi “surpreendentemente bom”. O vice-presidente Alckmin expressou otimismo, descrevendo a conversa como “boa, descontraída, proveitosa, longa. Foram 30 minutos. Nós estamos muito otimistas.” O governo também afirma que Lula está pronto para negociar e para um encontro presencial com Trump.


