Oposição impõe derrota ao governo e assume o comando da CPI do INSS
Em uma reviravolta política, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito para presidir a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS, após uma derrota do grupo político do Palácio do Planalto e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Em vez de eleger o candidato indicado por Alcolumbre e apoiado pelo governo, o senador Omar Aziz (PSD-AM), a oposição se uniu e lançou a candidatura de Viana. A disputa, que normalmente é resolvida por consenso, foi para uma votação secreta, na qual Viana venceu por 17 a 14.
Nova Relatoria e Alinhamento Político
Após ser eleito, Carlos Viana tomou outra decisão de impacto: rejeitou o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB), indicado para a relatoria da comissão, e escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a função. A escolha de Gaspar, que tem histórico de alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, é vista como uma nova articulação política na comissão.
O próprio Gaspar atribuiu sua nomeação à influência de líderes da oposição e do presidente do União Brasil, Antonio de Rueda.
A missão do relator é crucial, pois ele será o responsável por escrever o relatório final da CPMI, que pode incluir pedidos de indiciamento. Ao justificar a escolha, o presidente da comissão, Carlos Viana, elogiou a “grande experiência curricular” de Gaspar e se mostrou confiante em seu trabalho.
O Papel da CPMI do INSS
A comissão foi criada em junho para investigar um esquema de desvio de benefícios do INSS, que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter gerado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões. A comissão é composta por 32 parlamentares e tem prazo de funcionamento de até seis meses, podendo ser prorrogado. Os partidos com maior representação são o PT e o PL, com quatro congressistas cada.
