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Onda de calor sem precedentes atinge a Europa: países em alerta para temperaturas extremas e risco de incêndios

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A Europa está em estado de alerta com a chegada da primeira onda de calor do verão, que faz as temperaturas dispararem para até 42°C (107,6°F). O continente, que já é a região de aquecimento mais rápido no mundo, sente com força os efeitos da emergência climática.

Medidas de Prevenção e Impactos Locais

Na Espanha, o escritório meteorológico estatal Aemet emitiu um alerta especial de calor na última sexta-feira, prevendo picos de 42°C no sul do país nos próximos dias. “São esperadas temperaturas muito altas e persistentes, tanto durante o dia quanto à noite, o que pode representar um risco para pessoas expostas e/ou vulneráveis”, informou o Aemet. O Ministério da Saúde de Madri reforçou o alerta, pedindo que as pessoas tomem cuidado extra: evitem o sol, mantenham-se hidratadas e deem atenção especial a idosos, grávidas e indivíduos com problemas de saúde crônicos.

Em Portugal, dois terços do território estarão sob alerta máximo no domingo, devido ao calor extremo e ao risco de incêndios florestais. Lisboa, por exemplo, também deve registrar temperaturas de até 42°C.

A França busca maneiras de amenizar o calor. Com temperaturas em Marselha se aproximando dos 40°C, as autoridades da segunda maior cidade do país liberaram o acesso gratuito às piscinas públicas para ajudar os moradores a lidar com o clima mediterrâneo.

Na Itália, onde Nápoles e Palermo preveem 39°C, a Sicília decretou a proibição de trabalhos ao ar livre durante as horas mais quentes do dia. A região da Ligúria, no norte, adotou medida semelhante, e sindicatos estão fazendo campanha para que a proibição seja estendida a outras áreas. Em Veneza, mesmo durante as luxuosas celebrações do casamento de Jeff Bezos e Lauren Sánchez, convidados e moradores sentiam o calor intenso. Sriane Mina, estudante italiana, relatou à Agence France-Presse: “Tento não pensar nisso, mas bebo muita água e nunca fico parada, porque é quando você tem insolação”.

A situação na Grécia também é crítica. Com as temperaturas próximas aos 40°C, um grande incêndio florestal eclodiu ao sul de Atenas na quinta-feira. As autoridades emitiram ordens de evacuação e fecharam partes da estrada costeira que liga a capital grega a Sounion, onde fica o antigo Templo de Poseidon, uma importante atração turística.

O alerta climático e as projeções para o futuro

Esta onda de calor é mais um reflexo de uma série de recordes climáticos extremos que vêm sendo batidos, incluindo o março mais quente já registrado na Europa, segundo o monitor Copernicus da UE. Cientistas alertam que o aquecimento global está intensificando eventos extremos como furacões, secas, inundações e ondas de calor, tornando-os mais frequentes e severos.

O ano passado foi o mais quente da história, resultando em desastres globais que custaram mais de US$ 300 bilhões (£ 219 bilhões). Um estudo publicado pela Lancet Public Health concluiu que as mortes por calor na Europa podem triplicar até o final do século, com um aumento desproporcional em países do sul, como Itália, Grécia e Espanha.

Atualmente, as mortes relacionadas ao calor na Europa somam cerca de 44.000 anualmente. No entanto, se as temperaturas subirem 3°C acima dos níveis pré-industriais, as mortes por clima quente podem chegar a 129.000 pessoas por ano. O estudo também aponta que o número anual total de mortes por frio e calor na Europa pode aumentar de 407.000 hoje para 450.000 em 2100, mesmo que a meta global de aquecimento de 1,5°C seja cumprida.

A Europa enfrenta um cenário desafiador, onde a necessidade de adaptação e de ações climáticas urgentes se torna cada vez mais evidente para proteger a vida e o bem-estar de sua população.

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