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Netanyahu repudia a criação do Estado da Palestina, cita Bíblia, ameaça Hamas e faz promessa aos reféns em discurso forte na ONU

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O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou seu discurso na 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU prestando homenagem às famílias dos reféns presentes na plateia. Ele usou o pódio para defender a recente agressão militar de Israel e declarar vitórias significativas contra seus inimigos regionais.

Netanyahu afirmou que, desde seu último discurso, Israel neutralizou com sucesso grandes ameaças regionais. Ele destacou o Irã, cujo programa de armas nucleares e mísseis balísticos visava não apenas destruir Israel, mas também ameaçar os Estados Unidos e chantagear o mundo.

O primeiro-ministro listou as ameaças superadas:

  • As forças do Hamas foram esmagadas após os ataques de 7 de outubro de 2023.
  • O Hezbollah no Líbano foi paralisado, perdendo a maioria de seus líderes e grande parte de seu arsenal. Netanyahu afirmou que “milhares de terroristas caíram no chão” e que o grupo entendeu a mensagem de Israel.
  • O programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã foi destruído.
  • As capacidades de armamento do regime de Bashar Al-Assad na Síria e as ameaças dos Houthis no Iêmen foram contidas, com Netanyahu até mencionando ataques bem-sucedidos contra os Houthis no dia anterior.

Para ilustrar o sucesso, Netanyahu levantou o mapa do ano anterior e usou um marcador para indicar onde Israel havia eliminado os principais líderes inimigos, declarando que o mesmo destino aguardava as milícias iraquianas se ousassem atacar. Ele creditou a ação ousada do presidente dos EUA, Donald Trump, e a si mesmo, por cumprirem a promessa de impedir o Irã de obter armas nucleares. No entanto, alertou que o mundo deve permanecer vigilante, exigindo que os estoques de urânio enriquecido do Irã sejam eliminados e que as sanções do Conselho de Segurança da ONU sejam mantidas.

A missão em gaza e a promessa aos reféns

Netanyahu reconheceu o impressionante “retorno militar” de Israel, mas enfatizou que o trabalho “ainda não terminou”, já que os últimos remanescentes do Hamas estão entrincheirados na Cidade de Gaza. Ele justificou a necessidade de terminar a ofensiva, pois o Hamas promete repetir os atos do dia 7 de outubro.

Em um momento emocional, o primeiro-ministro listou os nomes dos 20 reféns vivos que, segundo ele, estão “passando fome, sendo torturados” e privados de humanidade. Em um movimento incomum, ele se dirigiu diretamente aos reféns em hebraico, através de alto-falantes de grande alcance que seriam instalados na fronteira de Gaza, na esperança de que pudessem ouvir: “Não nos esquecemos de vocês, nem por um segundo… Não descansaremos até que todos vocês voltem para casa!”

Aos líderes remanescentes do Hamas, ele deu um ultimato: “Deponham as armas. Soltem o meu povo. Libertem os reféns. Todos eles. Os 48. Libertem os reféns agora. Se fizer isso, você viverá. Se não fizer, Israel vai te caçar.” Netanyahu afirmou que a guerra pode acabar imediatamente se o Hamas concordar com as exigências de Israel: desmilitarização de Gaza, controle de segurança israelense e o estabelecimento de uma autoridade civil pacífica por moradores de Gaza comprometidos com a paz.

Crítica à comunidade internacional e a questão palestina

O líder israelense denunciou duramente os países ocidentais que reconheceram o Estado palestino após o 7 de outubro, acusando-os de ceder à pressão e à “guerra jurídica” de organismos internacionais. Ele reagiu ao crescente isolamento diplomático e ao reconhecimento incondicional da Palestina por nações aliadas, como França, Grã-Bretanha e Austrália.

Netanyahu fez sua declaração mais forte sobre o futuro político da região, afirmando: “não haverá um Estado palestino” enquanto a luta contra o Hamas continuar.

Ele também rebateu as recentes acusações de crimes de guerra e de genocídio contra a população civil de Gaza. Referindo-se aos organismos internacionais, ele declarou: “Digo aos representantes dessas nações: isso não é uma acusação contra Israel. É uma acusação contra vocês.” Ele criticou os líderes que “apaziguam o mal em vez de apoiar uma nação cujos bravos soldados os protegem dos bárbaros”, chegando a citar as escrituras para acusá-los de “transformar o bem em mal e o mal em bem”.

O discurso ocorreu após protestos no Aeroporto Ben-Gurion contra sua política. Netanyahu deve se reunir com o Presidente dos EUA, Donald Trump, antes de retornar a Israel na próxima semana.

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