Marinha dos EUA envia caças F/A-18 a área sensível da Venezuela e eleva pressão sobre Maduro
Dados de rastreamento de voos revelaram nesta terça-feira que dois caças F/A-18 da Marinha dos Estados Unidos sobrevoaram o Golfo da Venezuela, um movimento que analistas interpretam como uma intensificação da pressão sobre o regime do presidente Nicolás Maduro, em meio ao aumento das tensões regionais.
Os Estados Unidos têm escalado suas operações militares em toda a região do Caribe, que incluem exercícios aéreos, navais e terrestres. Desde setembro, essas operações envolveram ataques a embarcações que resultaram na morte de mais de 80 pessoas. O Pentágono enfrenta um crescente escrutínio após um ataque em setembro a uma embarcação suspeita de tráfico de drogas, o qual foi seguido por um segundo ataque que teria vitimado sobreviventes, conforme apuração da Associated Press com base em fontes familiarizadas com a operação.
Em resposta à crescente pressão militar e diplomática de Washington, o presidente Nicolás Maduro declarou que a Venezuela não aceitará “uma paz de escravos”, reiterando sua firme recusa em ceder às exigências dos EUA. Ele reafirmou seu compromisso inabalável com a soberania nacional. O governo Trump considera Maduro um líder ilegítimo e designou o Cartel de los Soles como organização terrorista, acusando o presidente e seus altos oficiais de liderarem o grupo.
Apesar das tensões, Maduro e o presidente dos EUA, Donald Trump, conversaram por telefone na semana passada, embora nenhum resultado concreto desse diálogo tenha sido divulgado. Trump mencionou que estaria considerando expandir sua campanha militar antidrogas para países como México e Colômbia.
Detalhes da missão de vigilância
O site War Zone informou que os dois caças, modelos F/A-18 Super Hornets, permaneceram sobre o Golfo por aproximadamente 40 minutos. Esta área marítima é cercada por território venezuelano em três lados, e já foi palco de testes anteriores das defesas aéreas do país por forças americanas.
Exercícios de defesa aérea e o USS Gerald R. Ford
Oficiais americanos citados pelo The War Zone em novembro indicaram que caças F/A-18 Super Hornets, uma aeronave RC-135 Rivet Joint e bombardeiros B-52 têm participado de exercícios de treinamento para testar as capacidades de defesa aérea da Venezuela. As aeronaves estão operando a partir do porta-aviões USS Gerald R. Ford, que navegou de St. Thomas, Ilhas Virgens Americanas, após uma escala no porto.
O grupo de ataque do porta-aviões no Caribe foi designado para o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) para apoiar o combate ao narcotráfico. A frota inclui uma variedade de aeronaves de ataque, eletrônicas e de apoio, como F/A-18E/F Super Hornets, E/A-18G Growlers, E-2D Advanced Hawkeyes, helicópteros MH-60S/R Seahawks e C-2A Greyhounds.
Objetivo da operação e declarações oficiais
Em seu perfil no Facebook, a Marinha dos EUA comunicou que “Forças militares dos EUA estão mobilizadas na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA em apoio à Operação SOUTHERN SPEAR, operações dirigidas pelo Departamento de Guerra e às prioridades do presidente de interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger a pátria.”
O presidente Donald Trump, em entrevista ao Politico, alegou que: “Esses barcos vêm principalmente da Venezuela. … Eles mandam gente muito, muito ruim para o nosso país, e fizeram isso melhor do que qualquer outro. Eles despejaram seus prisioneiros em nosso país, e esses prisioneiros são extremamente perigosos.”
Os Estados Unidos mantêm uma postura de pressão contínua sobre a Venezuela, com opções militares e de inteligência ainda em análise.


